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Segunda-feira, Novembro 17, 2025
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70 mil motivos para falar sobre Câncer de Próstata

A Enfermagem brasileira tem um compromisso com a promoção da saúde em todas as fases da vida e para todos os públicos

Mais de 70 mil casos de câncer de próstata devem ser diagnosticados no Brasil até o fim de 2025. A doença é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens, e afeta principalmente aqueles com mais de 50 anos. Neste 17 de novembro, Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) alerta para a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do acompanhamento regular da saúde masculina.

A ausência de sintomas nos estágios iniciais é um desafio para a prevenção do câncer de próstata. Em 2023, dos 44 mil casos diagnosticados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, 54% estavam em estágios avançados. A falta de cuidados médicos regulares na rotina masculina também é um problema. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 46% dos homens com 40 anos ou mais só procuram atendimento quando percebem “algo diferente”.

Para o enfermeiro especialista em sexualidade Vencelau Pantoja, esse comportamento dificulta o monitoramento da saúde. “De modo geral, homens têm dificuldade em pedir ajuda, fazendo que o acompanhamento preventivo seja muitas vezes negligenciado, até por questões culturais. Muitos deixam de fazer exames mais específicos, como o toque retal, porque associam preconceituosamente à homossexualidade”, afirma Pantoja, conselheiro federal.

Esse tipo de câncer acontece quando as células da próstata começam a se multiplicar de forma desordenada. Fatores de risco, como envelhecimento, obesidade e tabagismo, podem aumentar as chances de desenvolvimento da doença. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomenda adoção de hábitos saudáveis e prática de exercícios físicos como formas de prevenção. Quando identificada precocemente, a chance de cura chega a 98%.

Pantoja afirma ainda, que a Enfermagem é responsável por grande parte dos cuidados preventivos na Atenção Primária à Saúde e pode ajudar no encaminhamento adequado dos pacientes aos serviços de atendimento. “O acompanhamento regular precisa ser incentivado. Enfermeiros podem orientar o paciente sobre hábitos de prevenção, monitorar cada caso e, se for necessário, encaminhar para um especialista, que avaliará se é preciso fazer os exames, já que o Ministério da Saúde não recomenda rastreamento em massa”.

Enfermagem no combate ao câncer de próstata

Exames: quem precisa fazer e quando começar

O toque retal e o exame de PSA são os principais métodos de detecção do câncer de próstata. Homens com histórico familiar devem iniciar o rastreamento aos 40 anos. Para homens negros, a recomendação é começar aos 45, devido a fatores genéticos e sociais que aumentam o risco. Já aqueles sem fatores de risco devem iniciar o acompanhamento a partir dos 50 anos. Não há evidências científicas de que exames preventivos em massa [realizados fora da faixa etária recomendada ou em pessoas sem sintomas] tragam mais benefícios do que riscos. A orientação de um urologista é necessária.

Atenção que os homens merecem

Para reforçar o cuidado com a saúde masculina, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) criou o Grupo de Trabalho em Enfermagem na Saúde do Homem. O grupo busca organizar e consolidar a atuação da Enfermagem, que já realiza consultas, desenvolve protocolos clínicos e ações educativas voltadas aos homens.

Para o presidente do Cofen, Manoel Neri, “a Enfermagem brasileira tem um compromisso com a promoção da saúde em todas as fases da vida e para todos os públicos. Então não se trata apenas de um pleito corporativo, mas de um compromisso ético e social da categoria com a redução das iniquidades em saúde”.

Neste mês, a sede do Conselho está iluminada de azul, em apoio à campanha internacional de conscientização sobre câncer de próstata conhecida como Novembro Azul.

 

Fonte: Ascom/Cofen – Daniella Neves

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