A tradicional massagem indiana para bebês traz relaxamento, tonificação muscular e pode ser uma aliada no cuidado de Enfermagem ao bebê. Combinada a aromaterapia — uso terapêutico de óleos essenciais —, a prática fortalece o vínculo e pode ser aplicada a partir de 29 dias. A técnica foi apresentada ao Ocidente pelo obstetra francês Frédérick Leboyer com o nome da jovem mãe Shantala, fotografada enquanto massageava seu bebê no chão, em Calcutá.
A sequência tradicional da massagem começa com a mãe sentada, deslizando as mãos untadas em óleo vegetal sobre o peito da criança, seguindo pelos braços, mãozinhas, abdômen, pernas, costas e rostinho. A Shantala costuma ser finalizada com um banho.
“Este banho é uma continuidade do relaxamento, não tem o objetivo de retirar o óleo. Se a criança terminar dormindo, não é preciso banhá-la”, explica enfermeira Talita Pavarini, integrante da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde do Neonato e da Criança do Cofen. Talita conduziu o curso prático Shantala com Aromaterapia, voltado para o cuidado de crianças típicas e atípicas, nesta segunda, 8/9, no 27º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem.
“A sequência também pode ser modificada com crianças atípicas, se tiverem resistência a algum movimento”, explica Talita. Os participantes puderam praticar os movimentos em bonecas e uns nos outros, testando a intensidade. “Costumamos demonstrar inicialmente com as bonecas, para dar mais segurança. Na aplicação com os bebês reais, eles naturalmente se mexem, rolam, chutam. É importante estar na altura do chão ou tatame, para evitar risco de queda”, explica.
A segurança da aplicação de óleos essenciais também foi abordada no curso. “Os óleos essenciais são diluídos em óleo vegetal, jamais aplicados diretamente na pele, pois podem causar lesões e queimaduras. A concentração deve ser dosada conforme a idade do bebê, que são mais sensíveis a cheiros”, destaca Talita. “Óleos minerais são contraindicados para aromaterapia. Caso seja realizada somente a massagem, é possível usar óleo mineral, embora seja preferível o vegetal”.
“As práticas integrativas são uma bússola com relação ao autocuidado. Cuidar da criança é direcionar o olhar para família”, destaca. As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são reconhecidas e regulamentadas pela Resolução Cofen 739/2024 e pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Ascom/Cofen
