O Conselho Regional de Enfermagem do Acre (Coren-AC) promoveu, de 6 a 7, em Rio Branco, o II Encontro de Enfermeiros Responsáveis Técnicos do Acre, reunindo profissionais de diversas instituições públicas e privadas do estado. O evento contou com a participação de representantes do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que contribuíram com palestras voltadas à inovação tecnológica, fiscalização profissional e ampliação das áreas de atuação na Enfermagem.
O chefe do Setor de Registro e Cadastro do Cofen, Régis Georg, apresentou o Sistema Integrado de Gestão da Enfermagem (Sigen), plataforma digital desenvolvida pelo Conselho Federal para modernizar e unificar os serviços oferecidos aos profissionais em todo o país.
Durante a exposição, Régis detalhou as principais funcionalidades do sistema, como emissão de certidões, atualização cadastral, inscrição e transferência de Coren, pagamento de anuidades e acompanhamento de processos ético-disciplinares. Em seguida, demonstrou o passo a passo de acesso à plataforma e apresentou o aplicativo “CDEnf”, que possibilita a utilização da Carteira de Identidade Profissional em versão digital (e-CIP). A ferramenta permite que enfermeiros, técnicos e auxiliares que emitiram a carteira física a partir de abril de 2017 ativem o documento de forma prática, em dispositivos Android ou iOS.
“O Sigen representa um avanço para a categoria, ao agilizar, digitalizar e centralizar os processos, promovendo maior eficiência e transparência na gestão profissional”, destacou Régis Georg.
Dando continuidade à programação, Marisa Miranda, chefe da Divisão de Fiscalização do Exercício Profissional (DFEP) do Cofen, abordou o tema “O Papel do Enfermeiro Responsável Técnico diante da nova Resolução: desafios e responsabilidades na prática profissional”. Em sua palestra, ressaltou que o Responsável Técnico (RT) é o elo fundamental entre as equipes de Enfermagem, a gestão institucional e os Conselhos Regionais, sendo responsável por garantir a conformidade dos processos assistenciais com os padrões éticos e legais da profissão.
Marisa destacou ainda a importância do planejamento, da supervisão sistemática das atividades da equipe e do registro adequado das ações de Enfermagem. “O RT tem um papel estratégico dentro das instituições de saúde. Ele atua não apenas na coordenação técnica, mas também na defesa da boa prática, assegurando condições de trabalho adequadas e contribuindo para a qualidade e a segurança do cuidado prestado ao paciente”, afirmou.
Encerrando as apresentações do Cofen, o conselheiro Antônio Coutinho ministrou a palestra “Enfermagem Forense: discutindo a violência contra mulheres”, trazendo reflexões sobre a atuação da categoria em situações de vulnerabilidade social e violência. O conselheiro explicou que a Enfermagem Forense é uma área em expansão, que alia conhecimentos técnicos e legais para o atendimento humanizado às vítimas, a coleta de evidências e a articulação com os órgãos de justiça e segurança pública.
Coutinho enfatizou que o enfermeiro forense desempenha papel essencial na identificação de sinais de violência física, psicológica e sexual, além de atuar em saúde mental, saúde prisional, perícia e assistência a grupos vulneráveis. “É uma área que amplia o alcance social da Enfermagem e exige preparo técnico e sensibilidade ética. Nosso compromisso é com o cuidado, mas também com a justiça e com a proteção da dignidade humana”, ressaltou.
