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Alunos do Recanto das Emas passar por avaliações auditivas

Por Rafael Secunho

Alunos do Recanto das Emas estão passando por uma avaliação diferente esta semana: nada de provas orais ou escritas. O objetivo é saber se estão escutando bem. Em uma iniciativa pioneira na rede pública do DF, a Coordenação Regional de Ensino (CRE) da região fez parceria com uma clínica para fazer avaliações auditivas em 2 mil alunos da região. Nesta sexta-feira (24), a Escola Classe 203 (EC 203), com 950 estudantes matriculados, foi a primeira atendida.

A EC 203 do Recanto das Emas foi a primeira escola atendida na avaliação auditiva dos estudantes | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Os estudantes de 3 a 11 anos de idade passam por uma triagem auditiva que envolve quatro exames. Dentre eles, o mais comum é a audiometria. O objetivo é averiguar algo que possa atrapalhar na aprendizagem e no dia a dia escolar.

“Aprendi que o fone mais recomendado é aquele que não entra no ouvido”, disse Guilherme Nascimento

“Essa é mais uma parceria da Secretaria de Educação que tem foco na saúde dos estudantes da nossa rede pública. Esses projetos ajudam a diminuir o abandono e a evasão escolar e contribuem para a melhoria nas aprendizagens”, destaca a secretária da pasta, Hélvia Paranaguá.

Como parte dos testes, a garotada também entra em uma cabine acústica em que uma fonoaudióloga avalia a capacidade dos estudantes de repetir palavras e sílabas, mesmo com um ruído alto – no caso, som de chuva. “É importante detectar se existe alguma perda auditiva. Principalmente, na fase de alfabetização”, lembra a coordenadora regional, Mariana Ayres.

A fonoaudióloga Gláucia Magalhães alerta para sinais de dificuldade auditiva: “Temos o menino que assiste televisão num volume muito alto ou aquele que pede sempre para os pais repetirem o que estão falando”

“Caso haja, a gente faz uma intervenção, conversa com o professor e os pais. Para que isso não atrapalhe o desenvolvimento escolar”, pontua.

O resultado dos exames é registrado em relatório. Detectado algum problema, o aluno será examinado por um médico na fase seguinte. De acordo com a profissional, alguns sinais em casa já são reveladores de dificuldades na audição. “Temos o menino que assiste televisão num volume muito alto ou aquele que pede sempre para os pais repetirem o que estão falando. Esses comportamentos são alguns sinais [de dificuldade]”, aponta a fonoaudióloga Gláucia Magalhães.

Alguns desvios no comportamento também podem ser ocasionados pela situação, frisa a fonoaudióloga. “Um dos sintomas de perda de audição é um zumbido nos ouvidos. E, às vezes, a criança está irritada ou com uma desatenção grande ocasionada por este ruído”, informa.

Dentre os alunos, aqueles exames ‘diferentões’ chamam a atenção. “Ali dentro da cabine estava bem barulhento, mas consegui repetir o que a ‘tia’ pediu”, conta Elisa Castro, 10. “É importante a gente limpar bem o ouvido para escutar melhor. Pois assim a gente consegue aprender mais na escola”, acrescenta Nicole Meireles, 10, aluna do 5º ano.

Já Guilherme Nascimento, 9, assistiu às orientações passadas em uma palestra feita pela equipe. “Aprendi que o fone mais recomendado é aquele que não entra no ouvido. E também que a música muito alta no fone ou na TV pode prejudicar o caracol [a cóclea] do nosso ouvido e fazer a gente ouvir menos”, finaliza.

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