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Quinta-feira, Novembro 21, 2024
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Beijo de língua pode transmitir até 1 milhão bactérias pela boca; entenda

Por Carolina Peres

Hoje, 13 de abril, é comemorado o Dia do Beijo em todo o mundo. A data foi criada em 1882, pelo artista italiano Enrique Porchelo para celebrar a arte do beijo em todas as suas formas e expressões. Desde então, tem sido celebrado anualmente em diversos países como uma forma de celebrar o amor, a paixão e o carinho entre as pessoas.

É um dia de descontração, de amar e de dar muitos beijos apaixonados. No entanto, é preciso cuidado. Isso porque, de acordo com os especialistas, a língua – essencial para um beijo perfeito – é considerada um dos órgãos mais sujos do corpo humano.

De acordo com um estudo publicado em 2014 no periódico médico “Journal of Clinical Microbiology”, a boca de uma pessoa pode conter até 1 bilhão de bactérias por mililitro de saliva. Na língua, elas ainda podem ser encontradas em cerca de 700 espécies diferentes.

Geralmente essas bactérias não são nocivas à saúde bucal. No entanto, é necessário estar atento aos pequenos cuidados para manter estes germes afastados.

O que causa bactérias nocivas na língua?

Alguns hábitos do dia a dia podem ocasionar a proliferação de bactérias nocivas neste órgão. Higiene bucal inadequada, com falta de escovação regular dos dentes e da língua, é um deles.

Além disso, o consumo de alimentos ricos em açúcar pode prejudicar a saúde da boca. Segundo o periódico “Journal of the American Dental Association”, açúcares como sacarose e glicose estão associados ao maior crescimento de bactérias orais em comparação com açúcares como frutose e xilitol.

Uma boca seca também é um ambiente favorável para o crescimento de micro-organismos prejudiciais, ocasionando problemas como cáries e mau hálito. Além de neutralizar o pH da boca, a saliva ajuda a eliminar restos de alimentos e evita a formação de placa bacteriana.

Vale ressaltar que diversos estudos científicos, como um artigo publicado na revista “Archives of Oral Biology” em 2017, relatam que o uso de antibióticos é uma causa comum de xerostomia — ou boca seca. Por isso, seu consumo de água merece atenção redobrada ao ingerir tais medicamentos.

Por fim, um sistema imunológico enfraquecido também resulta na proliferação de bactérias indesejadas em sua cavidade bucal. Isso porque, com a imunidade baixa, você possui menos células de defesa.

Quais são os sintomas de bactérias na boca?

Se você suspeita que esteja lidando com uma infecção bacteriana prejudicial em sua boca, aqui estão alguns sinais aos quais você deve se atentar. (Lembre-se de sempre consultar os profissionais do seu plano dental para obter um diagnóstico preciso!):

  • Mau hálito: Um sintoma clássico de que há algo errado com sua saúde bucal é a presença de mau hálito. Se sua respiração sempre parece ser malcheirosa, independentemente de quantas vezes você escove os dentes, você pode ter um problema de saúde. O mesmo vale para o gosto ruim persistente na boca;
  • Placa bacteriana: A sujeira persistente nos dentes é resultado do acúmulo de bactérias e pode endurecer e resultar em tártaro, um problema mais sério que requer acompanhamento especializado;
  • Aftas: Apesar de nem sempre estarem relacionados às bactérias, pequenos ferimentos nas cavidades bucais podem ser resultado delas, que irritam a mucosa oral;
  • Gengivite: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 90% das pessoas adultas lidam ou já lidaram com a inflamação nas gengivas em algum momento de suas vidas. Essa condição pode ocasionar vermelhidão, inchaço e sangramento bucal;
  • Dentes sensíveis: Algumas bactérias produzem ácidos que podem corroer o esmalte dos dentes e causar sensibilidade e cáries;
  • Glossite: Essa doença que afeta a língua pode ser causada por infecções bacterianas, virais, alergias ou outras razões, como alergias. Quem sofre com glossite pode apresentar fissuras, inchaço e inflamação no órgão e dificuldade na fala.

Tipos de bactérias bucais

Conforme mencionado anteriormente, nem todas as bactérias presentes na boca são prejudiciais à saúde. Dentre aquelas espécies inofensivas, destacam-se espécies como a Streptococcus salivarius, que ajuda a prevenir a formação de cáries.

No entanto, outras espécies podem ser grandes vilãs de sua saúde bucal, ocasionando todos os sintomas vistos acima e mais. Por exemplo:

  • Fusobacterium nucleatum: Essa espécie se alimenta de restos de comida e pode causar mau hálito;
  • Streptococcus mutans: Essas bactérias se alimentam de açúcares e produzem os ácidos que corroem o esmalte dos dentes. Também podem ser causadoras de glossite;
  • Porphyromonas gingivalis: Também se alimenta de restos de comida e favorece a inflamação das gengivas, podendo levar à perda dental.

Quando essas e outras bactérias se multiplicam de forma descontrolada, condições prejudiciais à saúde podem ser contraídas. É o caso de cáries — que podem levar à perda de dentes — e outras doenças que afetam para além da boca.

Doença periodontal (inflamação das gengivas), infecções dentárias e infecções das glândulas salivares são exemplos de tais condições. Quando não tratadas, suas bactérias podem penetrar a corrente sanguínea e afetar órgãos como coração e pulmões.

Como prevenir e tratar as bactérias bucais

Para manter a saúde de sua boca — e, consequentemente, de todo o organismo! —, é necessário se atentar à higiene bucal.

Mantenha uma rotina saudável de cuidados bucais, com escovação de duas a três vezes por dia e uso de enxaguante bucal sob recomendação de seu dentista.

A raspagem de língua também é uma grande aliada no combate às bactérias. A técnica evita o mau hálito, elimina a placa bacteriana e pode até mesmo melhorar seu paladar, já que livra a língua de bactérias.

Além disso, consultar-se com um profissional regularmente é indispensável para manter a sua saúde bucal em dia e aproveitar o Dia do Beijo da melhor forma: beijando!

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