Neste segundo dia do 26º CBCENF, um tema muito atual dentro da área da saúde e da Enfermagem foi colocado em discussão. Chamada de “Saúde Digital: experiências vivenciadas pelos profissionais de Enfermagem”, a atividade discutiu as diversas formas em que o cuidado pode ser otimizado pela utilização da tecnologia. Coordenada pelo conselheiro federal Conrado Marques, a sessão científica trouxe as experiências das enfermeiras Juliana Bessa (MG), Kaciane Krauss (MG) e Roberta de Lima (SP).
Kaciane Krauss trouxe sua experiência com o projeto PROVAR (Programa de Rastreamento de Valvopatias Reumáticas), realizado em alguns municípios de Minas Gerais, e que capacita enfermeiros para a realização de ecocardiograma com doppler para a detecção de sinais de cardiopatias em crianças e adolescentes. Os exames, feitos com equipamentos portáteis, são então laudados por profissionais médicos do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) e da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
“Utilizamos um protocolo de eletrocardiograma simplificado, voltado à detecção de valvopatias. Eu mesma já capacitei diversos enfermeiros para a realização do exame. Hoje, sabemos que a utilização da ultrasonografia já é parte da prática da Enfermagem que nos auxilia em diversas especialidades”, afirmou.
A telenfermagem foi o tema central da exposição de Júlia Bessa. A profissional atua na Atenção Primária da Saúde Suplementar (APS) e também participa do projeto Enfermagem Solidária, do Cofen, que oferece assistência psicológica gratuita por meio da plataforma CofenPlay. “Não podemos deixar de falar da pandemia. Nessa época, pude ver o impacto positivo que conseguimos causar nos profissionais atendidos pelo Enfermagem Solidária. Isso nos mostrou como podemos oferecer acolhimento e assistência humanizada por meio de plataformas digitais, quando bem utilizadas”, colocou.
Roberta de Lima, que trabalha na Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, falou sobre a implementação no estado do programa SUS Digital, do Ministério da Saúde. Todos os 645 municípios paulistas aderiram ao programa, que ainda está em fase de implementação. A fala de Roberta destacou também a capacidade de gestão e de mobilização da categoria, sobretudo quando bem fundamentada no aspecto técnico-científico.
“Conseguir que nosso projeto fosse aprovado pelo Tribunal de Contas do estado foi bem trabalhoso, devido ao nível de exigência do órgão. Demoramos 8 meses nesse processo, em um trabalho de convencimento baseado nos nossos dados técnicos. Ao final do processo, nossa equipe de enfermeiros foi elogiada pelo Tribunal.”, finalizou.
Fonte: Ascom/Cofen