Uma sala escura, uma escada e uma cachorra. Foi essa a combinação que levou a vendedora Michele Figueiredo, 38 anos, a levar um tombo e ficar com uma dor no pé que durou a noite toda. Na manhã seguinte, achou melhor ir ao Hospital Regional de Planaltina (HRPl). “Até me arrependi de não ter ido antes. Fui muito bem-atendida e o atendimento foi ágil. Todo o trajeto, triagem, passando pelo doutor e pelo raio-X… levei menos de uma hora”, conta. Diagnosticada com uma entorse, teve o pé imobilizado e recebeu medicamentos para a dor.
A história da Michele conta um pouco de como o HRPl tem se destacado na área de ortopedia. Hoje, é cada vez mais raro um paciente de Planaltina, Arapoanga ou regiões próximas precisar buscar atendimento em unidades da região central do Distrito Federal por conta de fraturas.
Isso vale desde os casos mais simples até os complexos, com necessidade de cirurgia. Somente em 2022, foram 797 procedimentos cirúrgicos de ortopedia realizados no hospital, cerca de 62% do total de cirurgias no ano (1.266). A média é de 66 cirurgias ortopédicas por mês e o número tem aumentado: em março de 2023, foram 80.
Um dos elementos para o sucesso foi o reforço na equipe: nos últimos três anos, o número de ortopedistas praticamente dobrou, chegando a 29 profissionais. Além disso, a maioria deles duplicou a carga horária de 20 para 40 horas semanais.
“Quando nos possibilitam aumento de pessoal, conseguimos fazer entregas melhores”, comemora a diretora do HRPl, a médica Keyla Blair. Em adição, há, segundo ela, um esforço de outros setores para conseguir agilizar os atendimentos e reduzir o tempo de espera pelos procedimentos.
Foi o caso do pedreiro Valmir do Couto, de 49 anos. Após uma queda, ele chegou a passar uma semana com gesso no punho. Mas, ao retornar para a avaliação, o ortopedista fez a indicação para cirurgia. Em quatro dias, o paciente já estava pronto para o procedimento. “Essa parte de exame foi bem rápida. Aliás, tudo aqui no hospital”, revela. Ele também destaca a forma como foi tratado. “Os profissionais são excelentes. O trabalho é humano. Isso faz com que o paciente fique mais tranquilo”, opina. A cirurgia foi realizada na sexta-feira (28).
A chefe do Centro Cirúrgico, Deborah Gonçalves, destaca que o tempo de espera para uma cirurgia é de no máximo dez dias, considerando a idade do paciente e ainda sujeito a avaliações mais completas antes dos procedimentos. A programação também é planejada para evitar cancelamentos, situação que força a ocupar o centro cirúrgico e mobilizar toda a equipe, entre ortopedistas, anestesistas, equipe de enfermagem e de apoio. “O nosso índice de suspensão é mínimo. Fazemos o possível para não demorar o atendimento ao paciente”, garante a médica.
Ampliação
O HRPl se prepara para realizar cirurgias ortopédicas de alta complexidade, quando é necessário haver um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em setembro, foram iniciadas as obras de ampliação da unidade, com investimento total de R$ 18,3 milhões. O hospital vai ganhar mais 831,30 m², incluindo nove leitos de UTI, 30 de enfermaria e 13 de internação pediátrica.
O novo bloco também vai incluir áreas para diálise, odontologia, assistência social, fisioterapia, fonoaudiologia, vacinação e vigilância epidemiológica, além de setores administrativos. Uma nova subestação de energia está em construção para possibilitar o uso de mais equipamentos, inclusive para serviços de radiologia e laboratoriais. É a primeira grande obra no HRPl desde a sua inauguração, em 1976.