A Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa aprovou hoje (25) a indicação da advogada Mariela de Jesus para presidir o Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (IGES-DF). A advogada vinha presidindo o órgão interinamente desde a saída a pedido do último presidente, o general Gislei Morais de Oliveira, em janeiro deste ano. O instituto é responsável pelo Hospital de Base, pelo Hospital Regional de Santa Maria e pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A indicação de Mariela de Jesus para o cargo de diretora presidente do IGES-DF ainda precisa ser votada pelos deputados distritais em plenário.
O deputado Delmasso (Republicanos) apresentou relatório recomendando a aprovação do nome de Mariela e teceu elogios ao modelo de gestão implementado pelo IGES-DF. “O governo passado tinha dificuldade para contratar médicos e enfermeiros. Não conseguia colocar em prática o programa de saúde da família porque a Lei de Responsabilidade Fiscal não permitia a contratação de pessoal. Não se faz Saúde só com remédios, é preciso contratar profissionais. O modelo de paraestatal é muito menos burocrático”, afirmou. O distrital também aproveitou para fazer um elogio aos profissionais do IGES-DF pela “atuação fenomenal na pandemia”.
Também votou favoravelmente o deputado Jorge Vianna (PSD), embora tenha feito críticas ao instituto. “Se é tão simples contratar, por que faltam médicos nas UPAS? O motivo é que os profissionais não querem trabalhar em locais distantes do centro sem uma compensação financeira”, observou. O deputado Fernando Fernandes (PROS) também votou a favor do relatório e desejou boa sorte à indicada ao posto de presidente do IGES-DF.
Único a votar contra a indicação, o deputado Leandro Grass (PV) justificou sua posição. “O instituto é conhecido pelas várias denúncias de superfaturamento de contratos, nepotismo, negligência e má gestão. Inclusive ainda aguardamos a instalação da CPI do IGES-DF nesta Casa. Hoje são várias UPAs superlotadas, sem atendimento, sem leito, sem macas, onde as pessoas estão morrendo. Se o modelo não corrige os problemas, o modelo faliu. Respeito a senhora Mariela, mas não votarei favoravelmente. Dar seguimento à sexta indicação para presidir o IGES-DF é dar fôlego para um instituto que está matando as pessoas”, explicou.
Em sua fala, a indicada ressaltou a importância de se dar uma oportunidade para que o IGES-DF mostre a que veio. “É hora de acolher, deixar o passado onde está e começar uma nova história. Precisamos dar uma oportunidade para o IGES, que tanto sofreu na pandemia”, disse.