Um estudo recente sobre um vírus “primo” do HIV tem preocupado especialistas devido ao alto número de casos registrados. Isso porque, segundo estimativas do Ministério da Saúde, a infecção por esse vírus, o HTLV, atinge até 2,5 milhões de brasileiros e se espalha inclusive entre grávidas. Porém, diferentemente do HIV, o HTLV – que é transmitido através da amamentação e por relações sexuais – não destrói o sistema imunológico, mas pode manifestar quadros graves como doenças da medula espinhal, doença neurológica degenerativa grave ou leucemia das células T.
Ainda assim, hoje em dia, somente o teste para sífilis e o próprio HIV são obrigatórios durante a gravidez. Diante dessa preocupação, o líder do Governo na Câmara Legislativa do DF, deputado distrital Robério Negreiros (PSD), apresentou um projeto de lei (144/2023) para que seja obrigatório constar nos exames de pré-natal o teste HTLV para gestantes na capital do País.
Ao justificar a proposta, o parlamentar aponta que o objetivo é evitar a contaminação dos bebês. “É muito importante que o vírus seja identificado no caso das grávidas, uma vez que essa contaminação ocorre, de modo mais frequente, por meio da amamentação e não durante a gravidez”, explica Robério.
Tratamento e prevenção
O HTLV e o HIV são retrovírus que pertencem à mesma família e não têm cura. Como não existe um tratamento específico para a infecção, cada paciente acaba direcionado de acordo com a doença desenvolvida. A pessoa poderá ser acompanhada nos serviços de saúde do SUS e, quando necessário, receber seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas ao HTLV.
Recomenda-se que todo indivíduo acometido pelo vírus deve ser assistido por equipe multidisciplinar que inclua profissionais médicos (neurologista, infectologista, urologista, dermatologista, oftalmologista), fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e psicólogos.
Recomenda-se o uso de preservativo masculino ou feminino (disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde) em todas as relações sexuais, não compartilhar seringas, agulhas ou outros objetos perfuro cortantes. Da mesma forma, a amamentação está contraindicada (recomenda-se o uso de inibidores de lactação e de fórmulas lácteas infantis).