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Cuidados paliativos aliviam sofrimento e levam bem-estar a pacientes

Segurar o primeiro neto nos braços, dizer palavras de carinho e repassar os principais valores da família era o maior sonho da dona de casa Maria Madalena Viana Soares, 60 anos. Paciente do Hospital de Apoio de Brasília (HAB), ela tem um quadro grave de câncer no pâncreas com metástase para o fígado.

A dona de casa foi internada no dia 8 de setembro, com a doença já em estágio avançado. Conforme avaliações médicas, sua expectativa de vida era, então, de menos de um mês. O câncer causou obstrução intestinal, que, por sua vez, provoca vômitos, tontura, falta de apetite e prisão de ventre. Mas, desde que chegou ao HAB, a vida de Maria mudou para melhor.

Segurar o primeiro neto nos braços, dizer palavras de carinho e repassar os principais valores da família era o maior sonho da dona de casa Maria Madalena Viana Soares, 60 anos. Paciente do Hospital de Apoio de Brasília (HAB), ela tem um quadro grave de câncer no pâncreas com metástase para o fígado.

A dona de casa foi internada no dia 8 de setembro, com a doença já em estágio avançado. Conforme avaliações médicas, sua expectativa de vida era, então, de menos de um mês. O câncer causou obstrução intestinal, que, por sua vez, provoca vômitos, tontura, falta de apetite e prisão de ventre. Mas, desde que chegou ao HAB, a vida de Maria mudou para melhor.

No Hospital Regional de Samambaia, são feitas reuniões com os pacientes e seus familiares antes do início do tratamento. Foto: Renato Araújo – Agência Brasília

Tratamento

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o cuidado paliativo “previne e alivia o sofrimento, através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e de outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais”. Não há protocolos ou diretrizes, e as condutas são adequadas conforme a situação do paciente.

A chefe da Unidade dos Cuidados Paliativos do HAB, Elisa Marquezine, explica que nenhuma prescrição é igual à outra, mesmo que os pacientes tenham a mesma doença. “Os ajustes são feitos por meio do conhecimento da biografia do paciente para conseguir tratar o mais assertivamente os sintomas e as outras dimensões do ser humano, como espiritual e psicossocial”, explica a médica.

Segundo a médica paliativista Cristiane Almeida Cordeiro, do Hospital Regional de Samambaia (HRSam), o paciente é estudado antes de receber algum tratamento. São feitas reuniões com os familiares, estudo de prontuários anteriores e interconsultas, que são conversas com o paciente enquanto ele já está internado.

A médica paliativista Cristiane Almeida Cordeiro, do HRSam, explica que, na unidade, tanto paciente quanto familiares recebem cuidados. Foto: Renato Araújo – Agência Brasília

“Assim, conseguimos levantar todas as necessidades do paciente. Nas esferas física, psíquica, social e espiritual. E cuidamos da família, que acaba sendo negligenciada ou pouco acolhida no processo de adoecimento do paciente”, afirma Cristiane, que iniciou o trabalho na unidade em 2020.

A enfermeira Ana Catarine Carneiro, segunda integrante da equipe paliativista do HRSam desde o ano passado, acrescenta que a base da prática é a comunicação. “Conversamos com a família sobre cada tratamento e medicação que o paciente deve receber. Às vezes, pode haver alguma restrição religiosa ou algum pedido do próprio paciente. Tudo isso é observado e atendido”, ressalta.

Rede pública

O HRSam promove o tratamento paliativo para cerca de 45 pessoas por mês. As duas profissionais fazem a busca ativa dos pacientes, com leitura de prontuários para encontrar aqueles que podem se beneficiar com o tratamento, ou são comunicadas sobre a necessidade de atendimento pelos médicos da unidade.

A enfermeira Ana Catarine Carneiro, segunda integrante da equipe paliativista do HRSam, afirma que a base da prática é a comunicação. Foto: Renato Araújo – Agência Brasília

Ainda neste ano, em busca de ampliar o número de profissionais especializados em cuidados paliativos, a equipe da unidade de Samambaia promoverá um curso gratuito para servidores da saúde. A proposta é difundir o conhecimento para que mais pessoas tenham acesso ao tratamento. A participação pode ser solicitada na Secretaria de Saúde.

No HAB, são oferecidos 18 leitos oncológicos e dez leitos geriátricos, além de 50 ambulatoriais, para o cuidado paliativo. A equipe é formada por nove profissionais de especialidades distintas.

Além das duas unidades, os hospitais de Base, Regional de Taguatinga, Regional da Ceilândia, Regional da Asa Norte e Materno Infantil de Brasília oferecem o tratamento paliativo. Há ainda os Núcleos Regionais de Atenção Domiciliar (NRADs), que promovem assistência multidisciplinar a pacientes oncológicos e estão em fase de treinamento para oferecer o serviço.

Na ala de cuidados paliativos oncológicos, são admitidos pacientes incuráveis com idade igual ou superior a 18 anos. O tratamento geriátrico é oferecido a pessoas com 60 anos ou mais, que apresentem demência em fase grave, ou indivíduos com 80 anos ou mais com fragilidade definida por médico, além de pacientes idosos com cardiopatias ou pneumopatias avançadas.

Informações gerais sobre a oferta do tratamento podem ser acessadas aqui.


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