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Quinta-feira, Novembro 21, 2024
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Diagnóstico mais preciso é fundamental contra o câncer pediátrico, alertam especialistas

Diagnosticar o câncer de uma forma precisa é crucial para a recuperação do paciente. Esse é o alerta dos participantes do simpósio “Enfrentando uma doença complexa: compartilhando modelos bem-sucedidos de oncohematologia pediátrica”, parte da programação do Congresso Internacional da Criança com Condições Complexas de Saúde — organizado pelo Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) em parceria com o Hospital Sant Joan de Déu, de Barcelona. Segundo os especialistas em oncologia pediátrica, com o diagnóstico correto, é possível aumentar as chances de cura e as taxas de sobrevivência de crianças e adolescentes acometidos pela doença.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, Neviçolino Pereira de Carvalho, “o diagnóstico preciso permite escolher um tratamento que possa ser mais eficiente ao paciente”. Ele destacou que a demora em se diagnosticar o câncer reduz as chances de cura ou sobrevivência. Atualmente, segundo Carvalho, um entre cinco pacientes com menos de 18 anos que enfrentam câncer morre antes mesmo de iniciar um tratamento.

“Muitas crianças acima de 12 anos não são atendidas por pediatras nos serviços básicos de saúde, que poderiam reconhecer melhor o problema. Isso precisa mudar”Neviçolino Pereira de Carvalho, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica

“Precisamos superar todos os obstáculos relacionados ao diagnóstico precoce. Dessa forma, as crianças receberão terapias específicas para a situação delas, o que pode garantir uma maior chance de cura. Queremos que, no futuro, elas se tornem adultos produtivos, com as menores sequelas possíveis”, destacou.

Segundo ele, também é importante que o público infantojuvenil receba acompanhamento contra o câncer em centros especializados em oncologia. De acordo com Carvalho, atualmente pelo menos quatro a cada dez crianças e adolescentes não são tratados em hospitais reconhecidamente habilitados pelo Ministério da Saúde para receber pacientes oncológicos.

“Muitas crianças acima de 12 anos não são atendidas por pediatras nos serviços básicos de saúde, que poderiam reconhecer melhor o problema. Isso precisa mudar. Temos de equalizar as oportunidades para que qualquer criança e adolescente que tenha câncer possa ter chance de cura.”

Cooperação também é chave

Os especialistas pontuaram que o combate ao câncer pediátrico requer colaboração entre os profissionais de saúde. Guillermo Chantada, oncologista pediátrico do Hospital Sant Joan de Déu, disse que a troca de visões permite aos médicos enriquecer as informações sobre as doenças, em especial de condições raras.

Ele falou sobre o Grupo América Latina de Oncologia Pediátrica (Galop), iniciativa que conta com a participação de centros terciários de Argentina, Brasil, Uruguai e Chile, que tem como um dos objetivos fornecer ferramentas para a educação em todos os níveis e atores relacionados ao câncer infantil.

A organização desenvolve projetos de pesquisa translacional de abrangência regional e potencial global em uma estrutura colaborativa e multidisciplinar. A ideia é identificar as causas do câncer infantil e seus determinantes na região dos quatro países para desenvolver estratégias de prevenção.

Segundo Chantada, a cooperação entre os centros que participam do grupo fez com que a taxa de sobrevivência de pacientes pediátricos com câncer chegasse a um patamar de 80%. Ele diz que quer expandir a rede de cooperação internacional do Galop e alcançar mais instituições dos países já aderentes e mais países da América do Sul.

“Precisamos alargar o alcance das iniciativas à população de adolescentes e jovens da região para garantir equidade no acesso aos melhores recursos disponíveis para o diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer pediátrico”, defende o especialista.

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