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Enfermagem forense é necessária para o futuro da categoria

Carecendo de profissionais qualificados, a Enfermagem forense é um seguimento promissor que pode ajudar a combater um dos principais problemas sociais do país: a violência. Abrindo a programação do 26º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF), o curso “Atendimento às vítimas de violência nos serviços de saúde” focou em uma das áreas da saúde que mais tem crescido nos últimos anos. A capacitação lotou o auditório do Brum, no Centro de Convenções de Pernambuco, na manhã desta segunda-feira (16).

O curso foi ministrado pela professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Rafaella Queiroz, e auxiliado pela professora da Universidade de Pernambuco (UPE) Gleicy Karine. As especialistas abordaram detalhes da atuação dos profissionais de Enfermagem forense nas etapas de atendimento às vítimas de violência, passando pela triagem, acolhimento, até a coleta de materiais e evidências que podem ajudar em possíveis investigações de casos criminais.

“Atualmente, a Enfermagem forense pode atuar em diferentes campos como: atendimento às vítimas de violência física, sexual, em saúde mental, saúde prisional, perícia, testemunho e desastres em massa. Como o Brasil tem uma incidência muito alta de violência, nossa perspectiva nessa especialização é voltada para acolher as vítimas. A ideia é montar serviços hospitalares que possam atender essas pessoas integralmente, independente do ciclo de vida ou de violência vivenciada”, explica Rafaella, que há cinco anos comanda, no Centro de Ciência da Saúde da UFPB, um dos programas precursores de Enfermagem forense no Brasil.

Segundo ela, faltam profissionais capacitados, mesmo diante de uma vasta área de atuação. “Nós temos poucos enfermeiros forenses titulados, mas existem incentivos do Cofen e de várias instituições de ensino superior para aumentar esse número de profissionais. O futuro da Enfermagem passa por essa especialização, uma vez que esse seguimento pode atuar em qualquer serviço de saúde, além do trabalho autônomo e em campo. Eu acredito que, no futuro, todos os serviços e todos os setores precisarão ter um enfermeiro forense”, pontuou.

Referência brasileira na área, o conselheiro federal Antônio Coutinho mediou a capacitação. De acordo com o conselheiro, o desenvolvimento do seguimento no país é um marco no combate à violência física e sexual. Realizar o acolhimento de uma vítima fragilizada se torna um divisor de águas tanto na vida do profissional, quanto na do paciente.

A temática abordada prendeu a atenção do público presente. “Foi um curso de extrema importância, gerou um olhar mais humanizado para nós, que estamos dentro da assistência, um olhar legal sobre os protocolos, sobre a conduta dentro da Enfermagem, e como devemos proceder diante de uma vítima de abuso. Abriu um leque para as pessoas que querem se profissionalizar e buscar uma capacitação”, detalha Rízia Silva, enfermeira que atua na rede pública de saúde de Pernambuco.

A estudante de Enfermagem Samara Oliveira, que já atua no laboratório forense da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ressaltou a importância da abordagem e a troca de experiências. “Eu achei uma capacitação bem rica, principalmente a experiência que ela traz de fora do Brasil, com informações de como é a realidade da Enfermagem forense nos Estados Unidos. E como já trabalho com identificação e osteologia forense,  o curso agregou no meu conhecimento de trabalho”, concluiu.

A atuação da Enfermagem forense  ainda marcará presença durante o 26º CBCENF. Nesta terça-feira (17), o assunto será tema de um amplo painel científico intitulado “Enfermeiro Forense: Realidades da Violência no Brasil”. Durante o evento, os participantes terão a oportunidade de ouvir especialistas que apresentarão uma visão detalhada sobre o papel do enfermeiro forense, destacando os desafios práticos enfrentados na área, bem como as soluções mais eficazes para lidar com a violência e prestar suporte às vítimas.

Fonte: Ascom/Cofen

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