O uso do título de “doutor” por enfermeiros tem respaldo legal no Brasil. A Resolução 256/2001, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), autoriza o tratamento a profissionais de Enfermagem, fundamentando-se na tradição de estender essa forma de respeito a todos os diplomados em nível superior, como médicos, dentistas e advogados.
A norma foi publicada em um momento de transformação da Enfermagem brasileira, marcado pela busca por autonomia e reconhecimento técnico-científico após séculos de subordinação ao modelo médico. Negar essa forma de tratamento aos enfermeiros pode reforçar uma percepção de subalternidade em relação a outras categorias da saúde.
Embora o uso do título seja comumente associado a outras categorias, sua origem é muito mais antiga e ligada à academia do que à prática clínica. De acordo com estudo “Só os médicos são doutores?”, o termo era usado na Idade Média para designar estudiosos com permissão oficial para lecionar em universidades. Com o tempo, o título passou a ser conferido a quem obtinha o grau máximo de formação acadêmica, o doutorado (PhD), e depois se expandiu para diversas profissões que utilizam a expressão “doutor em”.
Para o presidente do Cofen, Manoel Neri, “doutor” é mais do que uma questão de nomenclatura, é um reconhecimento da evolução da Enfermagem brasileira. “Hoje a Enfermagem é uma categoria autônoma, técnica e comprometida com a produção de conhecimento científico, chamar um enfermeiro de “doutor” não é mais só uma formalidade, é valorizar sua formação, seu compromisso com o conhecimento e sua dedicação à vida”.
Fonte: Ascom/Cofen


