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Entidades e políticos reagem a decisão do STF de suspender dos efeitos da Lei do piso salarial da Enfermagem

Piso foi questionado por meio de ADI impetrada no STF, por parte da confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços

Por Kleber Karpov

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, de suspender, neste domingo (4), os efeitos da Lei n. 14.434/2022, que institui o piso salarial nacional da enfermagem por 60 dias, causou a imediata reação de entidades ligadas à categoria. Sob o discurso de ser cauteloso, Barroso quer esclarecimentos, de entes públicos e privados vinculados a  Saúde, para esclarecer impacto financeiro, os riscos para empregabilidade no setor e eventual redução na qualidade dos serviços. Entidades no entanto, alegam que tais analises foram realizadas à exaustão pelo Congresso Nacional.

Cofen

Nesse sentido, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), pediu sensibilidade, por parte da Suprema corte, por meio de Nota Oficial. “Ocorre que todos os estudos de impactos orçamentários foram devidamente apresentados e debatidos com todos os entes da União, Estados e Municípios, de maneira plural e transparente junto ao Congresso Nacional, com análise técnica do Sistema Cofen/Conselhos Regionais, sendo considerado viável a aprovação do Piso Salarial e sua implementação no sistema de saúde público e privado, obtendo assim a sanção presidencial para seu pleno vigor.”.

O conselho afirma que deve tentar intervir para reverter a decisão do STF, ao que classifica como “equívoco”, na deliberação de Barroso.

Confira a nota na integra

Jorge Vianna

Por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, o deputado distrital e sindicalista, Jorge Vianna (PSD), um dos principais protagonistas na mobilização da categoria da Enfermagem para a aprovação do Projeto de Lei (PL) 2.564/2020, de autoria do senador Fabiano Contarato (PT/ES), que originou a Lei n. 14.434/2022. Vianna questionou o poder dos empresários, por conseguirem barrar a lei por meio do STF e promete mobilizações da categoria.

“O inacreditável aconteceu. Uma covardia, suspendeu por 60 dias, pedindo explicações para o governo e para as empresas privadas do impacto. Ora isso já aconteceu lá no Congresso Nacional na comissão que foi feito toda avaliação do impacto de tudo.”, disse Vianna ao ratificar a força dos empresários e anunciar novas mobilizações da Enfermagem “Não vamos aceitar isso, a gente vai se mobilizar no resto do Brasil, novamente, e pressionar o Supremo para que essa lei volte a valer.”, concluiu.

Sindate-DF

A direção do Sindicato Auxiliares e Técnicos do DF (Sindate-DF), também responsável por encabeçar mobilizações nacionais, nas marchas da Enfermagem realizadas no DF, para pressionar os parlamentares à aprovação do PL 2.564/2020, reagiu na mesma linha. Nas redes sociais, o diretor do sindicato, Newton Batista, promete novas mobilizações nacionais para pressionar o STF a rever decisão em relação ao piso salarial da Enfermagem.

“Isso não pode acontecer e nós do Sindate vamos buscar uma solução e mobilizar toda a categoria para juntos pressionarmos o STF. Não seremos e nem aceitaremos sermos passados para trás. Juntos somos mais fortes!”, publicou no Instagram.

SindEnfermeirosDF

Também na rede social, o presidente interino do Sindicato dos Enfermeiros do DF (SINDENFERMEIROSDF) Jorge Henrique, apontou que Barroso fez um “aceno claro aos interesses dos estabelecimentos privados”, além de apontar ainda, a necessidade de fazer “um dia nacional para mobilização da categoria que derretemos definitivamente os interesses dos empresários da saúde e implementemos o piso salarial da Enfermagem.”.

Congresso Nacional

O senador, Contarato, autor do PL que deu origem a Lei, por meio do Twitter afirma ter conversado com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), “solicitando que atue na efetivação do piso da enfermagem diante da decisão juidical de suspensção do pagamento”.

Pacheco, por sua vez, se solidarizou com a categoria ao lembrar a importância da atuação da Enfermagem, durante a pandemia, ainda que com o que classificou de “remunerações absurdamente subsestimadas no Brasil”.

Já o presidente da Câmara, ArthurLira (Progressistas/AL), afirmou que embora respeite, discorda do mérito da decisão de Barroso. “São profissionais que têm direito ao piso e podem contar comigo para continuarmos na luta pela manutenção do que foi decidido em plenário.”


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