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Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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“Fizemos tudo para salvar vidas” afirma secretária sobre Saúde do DF

Da Agência Brasília

Assim a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, resume as medidas adotadas pelo Governo Ibaneis Rocha para enfrentar a pandemia do coronavírus, o maior problema sanitário enfrentado nos quatro anos da atual gestão. Mas ao mesmo tempo que enfrentou a crise com firmeza, a Secretaria de Saúde não parou de trabalhar para melhorar o atendimento na rede pública. Com a pandemia sob controle, o desafio agora é continuar melhorando os serviços e a própria estrutura da rede.

AGÊNCIA BRASÍLIA – O que o GDF fez para enfrentar a pandemia e o que vem fazendo para melhorar o atendimento na rede pública de saúde?

LUCILENE FLORÊNCIO – Lamentavelmente, perdemos muitas vidas e todos, de alguma forma, sofreram com isso. O governo investiu mais de R$ 3 bilhões em construção de unidades, contratação de profissionais, compra de equipamentos, hospitais de campanha… O compromisso era salvar vidas e fizemos tudo para isso. Mas também sofremos muito com a paralisação das cirurgias eletivas e a fila cresceu bastante.

AB – O que vem sendo feito para amenizar os problemas causados com a interrupção dessas cirurgias?

LF – Depois da vacinação e com a diminuição dos casos graves, pudemos reativar as unidades hospitalares para realizar as cirurgias programadas. Neste último semestre, depois de um alinhamento com o controle social, Ministério Público e sociedade civil, conseguimos aprovar a complementariedade do serviço de cirurgias de hérnias, histerectomia (retirada do útero) e colecistectomia (retirada de vesícula). Fechamos o contrato com sete hospitais particulares para realizar 3.233 cirurgias. Já realizamos mais de 1,6 mil.

AB – O que mais foi feito para melhorar a oferta do serviço nas unidades de saúde?

LF – Conseguimos ainda avançar com a assinatura de um novo contrato regular com o Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF, para ofertar as cirurgias cardíacas para crianças e adultos, além do atendimento emergencial para infartados. Inauguramos dez novas UBSs [unidades básicas de saúde] e reformamos outras dezenas. Adquirimos mais de 7,5 mil novos computadores para renovar o parque tecnológico da atenção primária; e conseguimos finalmente concluir os contratos regulares de manutenção predial e de limpeza.

Com a entrega de equipamentos para os hospitais da Região Leste (HRLE), da Asa Norte (Hran), Taguatinga (HRT), Ceilândia (HRC), Planaltina (HRPL) e do Gama (HRG) foram realizadas forças-tarefas e atingida a média de mil cirurgias por mês na rede| Foto: Tony Winston/Secretaria de Saúde

AB – Que outras ações merecem ser destacadas nesses quatros anos?

LF – A renovação da frota do Samu foi outra grande conquista. São mais 21 carros novos, todos totalmente assegurados, e que estão rodando desde a última semana de novembro. Também avançamos muito em aquisições e iniciativas importantes. É o caso dos arcos cirúrgicos e perfuradores. Entregamos os equipamentos para os hospitais da Região Leste (HRLE), da Asa Norte (Hran), Taguatinga (HRT), Ceilândia (HRC) e Planaltina (HRPL) e do Gama (HRG). Com eles, pudemos realizar forças-tarefas e chegamos a ter uma média de mil cirurgias realizadas por mês na rede. Também melhorou muito nosso processo de trabalho. Conseguimos com ajuda da procuradoria dar celeridade aos nossos processos administrativos que se acumulavam na Assessoria Jurídico-Legislativa. Fizemos também um belo trabalho na área de execução de emendas. Nos dois últimos anos, conseguimos a execução de 100% das emendas federais e ampliamos muito a execução das distritais. Passamos de 65% de execução em 2019 para 92% de execução em 2021.

AB – O Distrito Federal atingiu a marca de 1,9 milhão de pessoas cadastradas na Atenção Primária à Saúde. O que isso significa, na prática?

LF – É uma marca a ser comemorada. Em 2018, tínhamos pouco mais de 220 mil pessoas cadastradas. Vamos encerrar o ano de 2022 com dois milhões de pessoas. Com isso podemos melhorar nossa política de atenção à saúde. Essa ampliação do cadastramento tem também impacto financeiro. O Ministério da Saúde faz repasses de recursos de acordo com o número de cadastros. De 2018 a 2021, esse valor subiu de R$ 134 milhões para R$ 210 milhões.

AB – O quadro de técnicos da saúde foi reforçado?

LF – Foram mais de 11 mil convocações em quatro anos. Em paralelo, trabalhamos pela valorização dos servidores. O governador autorizou o incentivo de 25% para médicos temporários; dobrou o auxílio-alimentação; ofertou a terceira parcela; além da recomposição salarial. De janeiro a outubro de 2022, foram pagos mais de R$ 460 milhões de gratificação de titulação. No mesmo período, foram mais R$ 36 milhões da gratificação para quem atua nas ações básicas de saúde. Somadas a outras gratificações, foram mais de R$ 700 milhões.

Em 2022, foram feitas mais de 1,7 milhão de inspeções em imóveis para identificar e eliminar pontos de reprodução do mosquito transmissor da dengue| Foto: Sandro Araújo/Secretaria de Saúde

AB – E o combate à dengue?

LF –Para combater essa doença precisamos muito da participação popular. É necessário a mobilização de todos para evitar água parada. Durante o período grave da pandemia, tivemos de suspender as visitações às residências sob a orientação do Ministério da Saúde. Em 2022, nossos servidores fizeram mais de 1,7 milhão de inspeções em imóveis para identificar e eliminar pontos de reprodução. Os veículos do “fumacê” estão reforçando a ação. Já cobriram uma área de mais de 2,5 milhões de imóveis, foram 1,5 mil quilômetros rodados. A Secretaria de Saúde investiu R$ 3 milhões na aquisição de 4,5 toneladas do inseticida para esse trabalho.

AB – Qual o maior desafio hoje da saúde pública?

LF –Aumentar a cobertura vacinal de todos os imunizantes, não só para a covid. Desde a primeira aplicação de vacina contra covid-19 no DF, em 19 de janeiro de 2021, já foram mais de 7,1 milhões de doses ministradas. Fizemos parceria com a Opas [Organização Pan-Americana da Saúde] para o projeto Vacina em Casa e já visitamos mais de 130 mil residências no DF, com aplicação de mais de 42 mil doses. Nos últimos seis meses, intensificamos ainda mais a ação com o carro da vacina, a imunização extramuro e as UBSs noturnas.

AB – Como funciona essa ação extramuro?

LF – Levamos a multivacinação para o Zoológico, para as escolas, parques, feiras, administrações regionais, condomínios, residências e, também, em prédios de órgãos públicos. Mas é importante sabermos que o DF segue o Plano Nacional de Imunização e somos totalmente dependentes do Ministério da Saúde quanto ao abastecimento de doses. Isso vale para todos os imunizantes, de covid a outras vacinas de rotina.

AB  Qual é o panorama que se tem hoje da estrutura e da capacidade de atendimento da rede pública de saúde?

LF – Hoje, temos 174 unidades básicas de saúde (UBS), 13 Unidades de Pronto-Atendimento (Upas), 17 hospitais e 34 mil servidores de várias carreiras. Realizamos em média 1,1 milhão de consultas por mês. Ou seja, são milhares de pessoas circulando e utilizando o sistema público de saúde todos os dias.

GDF levou a campanha de multivacinação para o Zoológico (foto), para as escolas, parques, feiras, administrações regionais, condomínios, residências e, também, a prédios de órgãos públicos | Foto: Tony Winston/Secretaria de Saúde

AB – O que está sendo feito para melhorar a infraestrutura dos hospitais da rede pública?

LF – A atenção hospitalar possui equipamentos da década de 70. Temos uma estrutura muito antiga que sofre com a questão de espaço e também com a falta de manutenção. Neste semestre, depois de 10 anos sem qualquer contrato, conseguimos assinar os contratos regulares de manutenção predial. Já iniciamos algumas manutenções que eram necessárias, especialmente para atender às atuais normas regulamentadas. Pequenas obras em cozinhas, banheiros, pisos e teto. É o caso, por exemplo, da UTI do Hospital Regional de Taguatinga.

AB – Quais são os planos para 2023?

LF – Estamos trabalhando em projetos importantes que vão ajudar muito a melhorar infraestrutura da rede de saúde a partir de 2023. Faremos parceria com a Novacap para grandes reformas e construção de novos equipamentos de saúde. Mesmo com a pandemia, em quatro anos o Governo Ibaneis inaugurou sete Upas. Agora, trabalhamos para construir mais duas: uma na Estrutural e outra no Guará. Vamos também trabalhar para a construção de novos hospitais: o Hospital Clínico Ortopédico, no Guará; e os hospitais regionais do Recanto das Emas e de São Sebastião. Também estamos trabalhando para formalizar contrato com o Iges-DF para oferta de serviços de pediatria nas Upas de São Sebastião e do Recanto das Emas, regiões que carecem muito desse atendimento especializado.

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