Por Rafaella Felix
Alunos da primeira turma de medicina da Universidade de Brasília (UnB), junto à administração do Hospital Regional de Sobradinho (HRS), realizam cerimônia que marca cinco décadas de sua formatura. Na época, a unidade hospitalar era o cenário de ensino dos ex-estudantes.
O diretor do hospital, Bruno Guedes, destaca que o objetivo da iniciativa é “resgatar as memórias e a história do HRS. Precisamos lembrar que a rede pública exerce um papel importante na formação dos médicos e que a própria comunidade auxilia na nossa construção como profissionais de saúde.”
A ação, voltada também à Unidade Integrada de Saúde de Sobradinho (UISS) e à população de Sobradinho, ocorreu na última quarta-feira (26), no auditório do bloco materno infantil da unidade hospitalar. Na celebração, médicos que fizeram parte da turma universitária, entre 1965 e 1970; o secretário de Saúde da época, doutor Francisco Pinheiro Rocha, também responsável pela inauguração do HRS e pelo convênio com a UnB; servidores; residentes; e comunidade.
O reencontro estava planejado desde 2020, como conta o doutor Marcus Vinicius Ramos: “Quando completamos 50 anos de formatura, em dezembro de 1970, resolvemos homenagear a população de Sobradinho. O evento foi adiado por mais de dois anos em função da pandemia.”
Em uma volta ao passado, o ex-aluno da primeira turma da Faculdade de Medicina da UnB o doutor José Marques citou as antigas experiências hospitalares e os planos que colecionava na juventude. “Passamos períodos, em pequenos grupos, pelas áreas básicas da medicina: clínica médica, ginecologia-obstetrícia, cirurgia geral e pediatria. Pisar neste hospital novamente foi como voltar nessa época de jovens, iniciando nossos trabalhos, no sonho de nos tornarmos bons médicos e capazes de atender, aliviar e curar os necessitados.”
Já o doutor Kleber Luiz lembrou que o presente traz muito do que era a assistência ao público na sua época universitária: “Era medicina baseada na ciência e no humanismo. Com atendimentos realizados por equipes multidisciplinares, íamos nas residências dos pacientes e esse auxílio se estendia aos familiares”. Emocionado, o médico confessou que se perdeu na dimensão do HRS. “Rever a unidade e os colegas trouxe uma avalanche de sentimentos, sobretudo, os de gratidão e dever cumprido.”
Endossando o discurso, a pediatra e preceptora do Programa de Residência Médica em Pediatria no HRS, Renata Orland, explica que a celebração é uma oportunidade de inspirar ainda mais melhorias nos serviços atuais. “Acredito que a maior importância do evento é o resgate da nossa identidade, de onde o hospital começou. Essa memória é relevante para que os estudantes e residentes de hoje não apenas passem pelo HRS, mas se apropriem dessa identidade. E que isso se volte como esforço para melhorar cada dia mais a unidade”, enfatiza.