Por Kleber Karpov
A Câmara Legislativa do DF (CLDF), realizou nesta sexta-feira (19/Mai), sessão solene em homenagem ao Dia Mundial de Doação de Leite Materno. Sob presidência do deputado distrital, Jorge Vianna (PSD), a sessão serviu de palco para anúncio do Projeto de Lei (PL) 618/2023, de autoria do parlamentar, que garante o direito a duas horas, diárias, às servidoras públicas do DF, em fase de amamentação à quem tem bebês lactantes – em fase de amamentação.
Na abertura da sessão, Vianna lembrou que o GDF, está a realizar uma campanha de amamentação e, que a homenagem da CLDF também serviria como um instrumento de incentivo ao aleitamento materno. “Hoje nessa sessão além de homenagear pessoas que precisam ser homenageadas, servirá como um empurrão e incentivo na campanha do GDF para doação de leite materno”, disse o deputado.
Tempo para amamaentar
O PL 618/2023, segundo o parlamentar, é inspirado na segurança pública – militares – que têm esse direito de tempo de amamentação. O projeto estabelece que as servidoras não terão somente uma hora para amamentação e nem terão que pagar essa hora, como atualmente acontece. Outro projeto, o PL 258/2023, também de autoria de Vianna, propõe gratuidade de transporte para mães que trabalham e precisam se locomover até o bebê internado para amamentá-lo.
“A amamentação é um dos temas mais importantes da saúde pública em âmbito global sendo objeto de acordos globais e campanhas de alcance em nível mundial. Porém, a amamentação só foi valorizada e incentivada a partir de quebras de paradigmas e valorização do corpo feminino focando na saúde do corpo da mãe e do bebe”, concluiu o deputado.
Jorge complementou dizendo que “a amamentação é provedora de alimento essencial aos futuros cidadãos e a doação de leite materno é um ato de amor que garante o futuro vigoroso da nação brasileira e Distrito Federal.”
Amamentação
Segundo Vianna, de janeiro a dezembro de 2022, os bancos de leite humano dos postos de coleta do DF receberam mais de 18 mil litros de leite humano, com uma média mensal de 1.526,8L doados que atendeu aproximadamente 13 mil bebês na capital do país.
A coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), a médica, pediatra, Mirian Oliveira dos Santos, fez um resgate histórico do pioneirismo do DF por ter um “papel de responsabilidade no mundo em relação à coleta de leito materno”, isso por ter quase 100% de autossuficiência para suprir a demanda de amamentação de bebês.
“A gente tem cobertura de 100% nas unidades públicas e privadas. As mulheres que estão aqui representam as mais de 7000 mulheres que doaram leite ano passado. Um pote de leite materno por semana alimenta até 10 bebês. Vocês estão contribuindo para salvar a vida de bebê e prevenir doenças, como diabetes, hipertensão e colesterol alto na vida adulta. Se não fossem vocês mães, a gente não conseguiria “, disse ao lembrar.
Míriam Oliveira lembrou o primeiro banco de leite do Distrito Federal, implantado em 1978, ocasião em que existiam apenas quatro unidades em todo o país. Época, com registro de mortalidade infantil, no DF, de 58 óbitos de crianças menor de um ano, a cada 1.000 nascidas. “Hoje, a gente está beirando um dígito no Distrito Federal. A gente tem um dado que é de primeiro mundo. A gente tem lugar aqui [no DF] com mortalidade infantil de 4/1000 e tem alguns lugares com 14/1000.”, ponderou.
Ainda segundo Miriam Oliveira, o DF foi também pioneiro em relação a criação de leis voltadas à amamentação. “O Distrito Federal tem muito a agradecer à Câmara Legislativa do Distrito Federal. Nós somos a unidade da federação que tem mais legislações a respeito de amamentação para promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. A primeira lei deste país foi de 1993, criada por essa Casa.”, completou.
Doação
Miriam reforçou que todas as mulheres que querem amamentar podem procurar o banco de leite humano. Porém, ressaltou que mulheres usuárias de tabaco e que fazem tratamento de câncer, ou portadores de HIV ou hepatite são as únicas que ainda não podem doar.
“Toda mulher que está amamentando uma bebe é uma potencial doadora de leites maternos (para diferentes destinos), independente de idade. Vocês fazem um investimento para o futuro. A maior parte das nossas doadoras são de cidades satélites, como Samambaia e Ceilândia. Precisamos sempre pensar que é um pequeno gesto que pode alimentar um grande sonho, doe leite materno.
Joana Maria Araújo, mãe que recebeu doação de leite humano e atualmente é doadora, afirmou sua gratidão com as coletas. “Sempre tive vontade de doar leite. É muito gratificante poder ajudar as crianças e quando estamos no hospital e recebemos o leite é muito gratificante.
Coleta
O Major João Henrique, representante do corpo de bombeiros do DF, diz que os bombeiros estão sempre trabalhando para aperfeiçoar a logística de coleta. O Major também aproveitou para explicar como funciona uma das formas de doação de leite.
“Para quem tem a possibilidade de ajudar as crianças, com fornecimento de leite, disque o número 160, opção 4. Depois desse processo há uma triagem dentro da SES e após é montado itinerário com local e a secretaria entra em contato com as mães para explicar todo o processo e depois isso passa para o corpo de bombeiros.” explicou.