O jornal A Gazeta, de Cuiabá (MT), publicou em sua edição desta quarta-feira (4/9) um artigo de opinião da presidente do Conselho Regional do estado, Bruna Santiago. No texto, a presidente exaltou a revogação da lei estadual que discriminava por gênero o cuidado íntimo de Enfermagem, como troca de fraldas, roupa e banho.
No artigo, Bruna lembrou o papel decisivo do sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem no debate que culminou na votação que revogou a norma. “Buscamos dialogar com deputados para demonstrar a inconveniência desta legislação. Estivemos presentes na data das votações e buscamos o apoio de toda a categoria nas redes sociais”, relatou.
O texto segue descrevendo a inconveniência da norma, que chega ao ponto de ignorar os dados estatísticos que calculam em 85% a proporção de mulheres dedicadas ao trabalho de Enfermagem e fere a Constituição Federal, que garante o livre exercício de atividade pelo profissional qualificado.
Citando o censo de 2022 “há cerca de 51,5% de cidadãs mulheres para 48,5% de homens no Brasil, o cumprimento de tal norma é matematicamente impossível. É indispensável deixar clara aqui a intencional discriminação de gênero.”, explicou.
Finalmente, o texto descreve a desigualdade de gênero que vitima a categoria. “Convivemos diariamente com o desrespeito e a desvalorização do cuidado. Afinal, trata-se de um serviço que é costume das mulheres e que passa fora da contabilidade na economia do lar.”, concluiu.
Fonte: Coren-MT