Os profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e em visitas domiciliares terão prioridade de acesso à nova vacina contra a dengue, anunciou hoje o Ministério da Saúde (MS). A vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan, é aplicada em dose única e produzida integralmente no Brasil.
A nova vacina demonstrou eficácia de 74,7% contra a dengue sintomática em pessoas de 12 a 59 anos e de 89% contra formas graves no estudos de fase 3. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou ontem, no diário oficial, o registro do imunizante.
As primeiras 1,3 milhão de doses serão distribuídas em janeiro, segundo o MS. Com a ampliação da produção, por meio de parceria entre o Butantan e a empresa chinesa WuXi Vaccines, a vacina será ofertada para o público geral, começando pelos adultos mais velhos.
O Brasil enfrentou epidemia de dengue em 2024, com 6,6 milhões de casos prováveis. Em 2025, a doença recuou: até agora, foram 1,6 milhão casos registrados no painel de arboviroses do Ministério da Saúde. A dengue é uma doença de notificação compulsória desde 2017.
“A oferta ampla da vacina e inclusão no Programa Nacional de Imunizações (PNI) é fundamental para prevenir novas epidemias”, afirma a conselheira federal Betânia Santos, coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Atenção à Saúde do Adolescente, Adulto e Idoso (CTEASAAI/Cofen).
Estratégia especial em Botucatu
Parte das doses iniciais será destinada a uma estratégia especial no município de Botucatu (SP). A cidade apresentou alta incidência de dengue, com predominância ao sorotipo DENV-3 — um dos quatro tipos do vírus da dengue, associado a um maior potencial de gravidade –, iniciará a aplicação diretamente no público de 15 e 59 anos. A expectativa é vacinar 50% das população nesta faixa etária e acompanhar a redução de casos da doença em tempo real.
Controle do mosquito
As mudanças climáticas, com aumento da temperatura, associada a umidade e chuvas, facilitam a proliferação do mosquito aedes aegypti. A dengue expandiu o alcance territorial no Brasil em 2024, e hoje a região sudeste lidera número de casos.
Combater o mosquito, que também transmite zika, febre amarela e chikungunya, é essencial para a redução das arbovirores. A melhoria do saneamento básico e a eliminação de criadouros em vasos, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e caixas d’água sem tampa é parte da estratégia de controle.
Fonte: Ascom/Cofen – Clara Fagundes


