Saber quando e como intervir na reanimação neonatal é essencial para equipe de Enfermagem. No nascimento, cada segundo é decisivo. A hipóxia neonatal — falta de oxigênio para o feto ou recém-nascido — pode causar danos neurológicos irreversíveis, como paralisia cerebral.
“O uso do oxigênio também pode ser um risco. A administração do oxigênio deve ser racional, não emocional. As intervenções são escalonadas. Quanto mais ações simples, mecânicas, melhor. Os passos iniciais incluem secar e estimular o bebê, aquecer o ambiente e fornecer contato pele a pele com a mãe. Se necessário, iniciamos a ventilação com pressão positiva”, explica a enfermeira neonatologista Sandra Cavati, que ministrou curso sobre reanimação neonatal nesta segunda-feira, 8/9.
Cerca de 10% dos recém-nascidos necessitam de alguma intervenção para iniciar a respiração, mas somente 1% requer medidas avançadas de reanimação. “É preciso acompanhar a evolução, avaliando no 1º, 5ª e 10º minuto. No útero, o feto mantém saturação de cerca de 75%. A saturação ideal pode não ser imediata”, destaca.

As diretrizes de assistência preconizam:
- Avaliação rápida do recém-nascido logo após o nascimento;
- Intervenções escalonadas, desde o aquecimento e estímulo tátil até o uso de ventilação com pressão positiva e manobras avançadas;
- Ventilação eficaz para a reversão da asfixia neonatal.
A equipe que compõe a reanimação neonatal na sala de parto é composta por três profissionais: pediatra, enfermeiro e técnico ou auxiliares de Enfermagem. “O papel mais importante da Enfermagem neste processo é fazer a identificação rápida das intercorrências e alterações para que a intervenção seja feita de forma oportuna, nos primeiros 30 segundos de vida”, destaca Sandra.
Aberto para enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem, o curso, com exposição teórica e demonstrações práticas das técnicas, lotou sala no 27º Congresso dos Conselhos Brasileiros de Enfermagem nesta segunda-feira, 8/9, com vagas totalmente esgotadas. “Achei o curso fundamental para qualificar meus conhecimentos e aplicar, no futuro”, afirma a enfermeira Tainá Santos, participante.
Fonte: Ascom/Cofen