Por Nathalia Cachoeira Gorito Amaral
O Brasil passa por um “boom” de procedimentos estéticos que prometem tornar os traços simétricos e harmônicos, por meio da aplicação de preenchedores para criar uma aparência mais equilibrada. Contudo, essas intervenções têm sido objeto de muitos debates na comunidade médica e entre os pacientes.
De acordo com o relatório Aesthetic Medicine Market Size & Growth, elaborado pela empresa americana Grand View Research, o mercado global de medicina estética alcançou US$ 99,1 bilhões em 2021. O estudo prevê que o setor terá uma expansão de 14,5% no faturamento entre 2022 e 2030.
Os procedimentos minimamente invasivos tiveram uma participação superior a 50% no mercado mundial no ano passado, segundo o mesmo estudo. O Brasil ocupa a segunda posição no ranking dos países que mais realizam procedimentos estéticos, cirúrgicos e não cirúrgicos, com 1,9 milhão de intervenções registradas em 2020, o que equivale a 7,9% do mercado global, de acordo com a Isaps (Sociedade Internacional de Cirurgia Estética).
Para especialistas, os números são alarmantes porque, apesar da estética oferecer a possibilidade de correção ou melhoria da autoestima, é notório que o excesso tem se tornado cada vez mais evidente e nem sempre proporciona o resultado desejado pelo paciente.
De acordo com a biomédica, esteticista e professora do IBMR, Roberta Boyd, nos últimos eventos da área da Estética, nacionais e internacionais, a tendência a naturalização está em alta. O ano de 2023 está sendo marcado pela ideia do cuidado com a imagem sem perder a identidade. “Todas as pessoas possuem medidas e características físicas e faciais que correspondem ao seu biotipo e genética. A pressão midiática sobre ter um corpo perfeito ou um rosto bem marcado evidencia que muitas pessoas associam esses procedimentos a uma boa aceitação como forma de pertencimento a essa sociedade. E é justamente a ideia de ser você mesmo que faz com cada pessoa tenha o seu espaço”, explica.
Segundo a especialista, a reversão é um processo complexo que pode variar dependendo do tipo de procedimento realizado e das circunstâncias individuais de cada paciente. No Brasil, por exemplo, muitos artistas que aderiram a esse novo momento, recorreram a procedimentos de reversão, devolvendo a naturalidade e melhorando a mobilidade corporal ou expressões faciais, tornando o ato de se olhar no espelho mais leve. Foi o caso da GKay, Lucas Lucco, Flávia Pavanelli, Carol Narizinho, Gabi Martins, dentre outros.
Ela aponta, ainda, que alguns casos estão mais relacionados à saúde do que à estética como os explantes de próteses de silicone, que estão associados a sintomas desconhecidos pela maioria das pessoas. “Nossa dica para quem quer ficar com a autoestima lá no alto é, em primeiro lugar se aceitar! Em segundo, procurar profissionais realmente capacitados e que respeitem as suas formas, valorizando a beleza que já existe em você”, pontua Roberta.