Por Michelle Horovits
A Secretaria de Saúde (SES) participou nesta semana do 5º Mutirão PopRuaJud juntamente com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) e outros órgãos. Na ação, voltada a pessoas em situação de rua, a pasta ofertou 493 atendimentos de psicologia, clínica geral, pequenos curativos, testagem para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e medicamentos. Também foram aplicadas 250 doses de vacina contra influenza e 250 da covid-19.
Realizada no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, a atividade promovida pelo TJDFT disponibiliza serviços públicos gratuitos e básicos ao exercício da cidadania e também acesso ao sistema de Justiça.
Gabriel dos Santos, de 28 anos, está em situação de rua há dez anos. Há oito, ele é atendido pela equipe do projeto Consultório na Rua da SES. Quando soube do mutirão, não pensou duas vezes e se inscreveu. “Já fiz vários tratamentos com o pessoal de saúde. E sempre trago alguém próximo que precisa de ajuda. Hoje, tomei a vacina de influenza e bivalente”, conta.
A chefe da Gerência de Atenção à Saúde de Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais da SES, Juliana Soares, explica que duas equipes do Consultório na Rua, com 16 profissionais, estavam disponíveis para atendimento no evento. Segundo ela, a demanda é grande no DF. “As nossas cinco equipes já cadastraram mais de 4.500 pessoas em situação de rua.”
O Consultório na Rua conta com o trabalho de assistente social, enfermeiro, médico, psicólogo e técnicos de enfermagem. “Além do conhecimento técnico, a atuação também envolve articulações intersetoriais para além da saúde. Essa ação nos traz justamente essa possibilidade, de dialogar com outras áreas, principalmente com a Secretaria de Desenvolvimento Social”, afirma Juliana.
A coordenadora do PopRuaJud e juíza do TJDFT, Luciana Yuki, afirmou que mais de 600 pessoas em situação de rua participaram dessa edição. “O serviço de saúde sempre foi o mais demandado. Então ter hoje esses atendimentos agregados aqui é de suma importância”, ressalta.
Francisco Fábio, de 35 anos, também em situação de rua, aproveitou a participação no mutirão para medir a pressão, pegar o medicamento para dor no joelho e tomar as vacinas de covid-19 e influenza. “Já sou atendido pela equipe de saúde, faço um tratamento no joelho com ortopedista e tenho apoio psicológico”, relata.