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Debate na COP 30 destaca danos causados a povos indígenas por empreendimentos econômicos

Clara Opoxina, natural de Barbacena/MG, mudou-se para a Amazônia ao concluir sua formação em Enfermagem

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), iniciada nesta segunda-feira (10), o debate “Danos Espirituais de Empreendimentos e Outros Eventos à Saúde e à Vida dos Povos Indígenas” trouxe à pauta uma dimensão ainda pouco explorada nas discussões sobre saúde, meio ambiente e direitos humanos: os impactos intangíveis, imateriais e espirituais sofridos pelos povos indígenas em decorrência de empreendimentos econômicos e ambientais.

Os participantes da mesa ressaltaram que a degradação ambiental vai além da perda territorial ou material, afetando profundamente os vínculos espirituais e culturais que sustentam a identidade e a existência dos povos originários. A destruição da natureza representa também uma ruptura com o sagrado, comprometendo a saúde espiritual e coletiva de suas comunidades.

O debate se conecta ao Projeto de Lei 3799/2025, de autoria da deputada federal Célia Xakriabá, que propõe o reconhecimento legal dos danos espirituais e a criação de mecanismos de compensação diante de atividades econômicas que impactem a espiritualidade e o modo de vida dos povos indígenas.

Representantes do Sistema Cofen/Conselhos Regionais

Representando a Enfermagem indígena, Clara Opoxina pontuou a preocupação do avanço do garimpo ilegal e a contaminação que fragilizam a saúde física da população. Nos territórios indígenas, saúde, educação e proteção territorial são dimensões interdependentes, uma não se sustenta sem a outra. Sem segurança territorial, não há condições de vida dignas nem preservação cultural; sem educação, perde-se a transmissão dos saberes e o fortalecimento político; sem saúde, todo o tecido comunitário é enfraquecido.

“Os impactos na organização social Yanomami deixam rastros para além da saúde, a reestruturação do bem viver levará tempo, a educação se torna uma necessidade emergencial tanto quanto a saúde. Nos territórios indígenas, saúde, educação, proteção territorial são prioridades para que eles continuem protegendo o nosso bem maior que é a Floresta”, pontuou.

Além de Opoxina, os conselheiros federais Vencelau Pantoja e Ludimila Cunha estiveram presentes representando o Cofen, juntamente com o presidente do Coren-PA, Antônio Marcos e a enfermeira Waldenira Santos, integrante da Câmara Técnica de Enfermagem em Atenção à Saúde dos Povos Originários.

Ao incluir o tema na agenda da conferência, o Brasil reforçou a importância de uma abordagem integral na proteção da saúde e dos direitos indígenas, reconhecendo que a preservação da vida e da cultura dos povos originários depende também da valorização de suas dimensões espirituais e imateriais, fundamentais para o equilíbrio entre humanidade e natureza.

Fonte: Ascom/Cofen – Nicole Borges

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