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Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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Distrito Federal deve contar com plano para enfrentamento à hanseníase

Intenção é até 2030 zerar contaminação de pacientes que ficam doentes no DF; entre 2016 e 2020 foram notificados 872 novos casos

Por Jade Abreu

Para combater e acabar com os casos de hanseníase em pessoas que adquiriram a doença no Distrito Federal, a Secretaria de Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Ministério da Saúde preparam projeto para alcançar esse objetivo até 2030. O trabalho teve início, na manhã desta segunda-feira (13), com o lançamento da Oficina para Elaboração de Enfrentamento à Hanseníase do Distrito Federal de 2023 a 2030, durante evento no auditório da OPAS em Brasília.

Presente na solenidade, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, destacou que “a importância da construção compartilhada (gestor, trabalhador e usuário) do Plano de Enfrentamento é para que seja realista com as nossas necessidades e, de fato, resolva os problemas dos pacientes com hanseníase”.

Secretária falou em construir plano de enfrentamento de maneira compartilhada entre gestor, trabalhador e usuário. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, parabenizou o DF pelo empenho em erradicar os casos autóctones, aqueles adquiridos na zona da residência do enfermo. Ele lembrou que o Brasil é o segundo país do mundo com mais casos de hanseníase, superado apenas pela Índia. “É uma doença que traz estigmas e são necessárias ações para solucionar essa questão”, reforçou.

O coordenador da Área Técnica de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde, da Opas, Miguel Aragón, enfatizou que essa é uma doença negligenciada, uma vez que “há pelo menos 30 anos todos os estudos são os mesmos. Avançamos em termos de pesquisa mundial no que se refere à aids, ao câncer, mas a hanseníase ficou sem destaque”. O representante da Opas evidenciou que o Brasil tem tomado decisões ousadas e necessárias, como a meta traçada para até 2030.

Nesse sentido, o subsecretário de Vigilância em Saúde do DF. Divino Valero, alegou que o DF tem uma das maiores estruturas de saúde do país e que está determinado em atingir as metas estabelecidas. “Que essa oficina seja um momento para elaborar, discutir e implantar ações para diminuir os casos autóctones da hanseníase”.

O coordenador de Atenção Primária à Saúde, Fernando Erick Damasceno, reforçou a importância da estratégia da família como modelo de atenção para detectar os casos e fazer o rastreio dentro da comunidade. “A doença está ligada às famílias. Ao estabelecer uma comunicação da atenção primária com a população facilitamos a entrada dos serviços de saúde”.

O plano de enfrentamento terá participação de especialistas, da sociedade civil e de associações voltadas ao combate e à conscientização da doença. A oficina prossegue até o fim da tarde desta terça-feira (14), Os participantes devem levantar os principais pontos para o desenvolvimento do plano. Em seguida, será aberta minuta para consulta pública, que passará pelo Conselho de Saúde Distrital e por gestores da Secretaria de Saúde.

Oficina foi lançada no auditório da Opas em Brasília. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

A previsão é de que o plano consolidado seja publicado até o final do ano para dar início às estratégias em 2023. Os especialistas vão elaborar metas parciais e gerais para acompanhamento a cada dois anos.

A Opas prevê que a hanseníase está contemplada na agenda sanitária internacional e, dentre os compromissos mundialmente assumidos, a doença está inserida no 3º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). No Distrito Federal, na série histórica entre 2016 a 2020, foram notificados 872 casos novos.

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