Especialistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos farão visitas periódicas no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) para conhecer e avaliar as áreas onde as ações do projeto nacional de controle de infecção e de uso racional de antimicrobianos serão implementadas. O HBDF foi selecionado para este projeto, junto com o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em março, pela Anvisa.
As áreas do hospital escolhidas para a implementação das ações foram a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Trauma e a clínica de Hematologia do HBDF. Os objetivos são diminuir a taxa de resistência aos antimicrobianos e aplicar medidas de prevenção no controle de infecções.
O projeto busca avaliar uma estratégia multimodal para o controle de bactérias multirresistentes em quatro grandes frentes: vigilância, precauções de contato, higienização das mãos e limpeza concorrente (higienização diária de ambientes de assistência à saúde, que é feita com o objetivo de reduzir os riscos de infecções a pacientes) e terminal (baseada nas emergências e necessidades das áreas crítica, semicrítica e não crítica, incluindo todas as superfícies e móveis).
A primeira visita dos membros do CDC foi realizada na última terça-feira (9), e há previsão de retorno ao HBDF em agosto para nova rodada de ações. “Temos uma previsão de visitas em três meses pelo CDC”, explicou o coordenador do projeto no HBDF, Julival Ribeiro, que coordena o Núcleo de Infecção Hospitalar. Segundo ele, as visitas serão periódicas ao longo do projeto, que terá duração de um ano.
“O que nós queremos fazer é reduzir o número de infecções, resgatar antibióticos que possam ser usados, saber o que pode ser melhorado e proposto a posteriori como intervenção”Tazio Vanni, infectologista do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar do HBDF
A comitiva visitante era composta por Sarah Sabour e Danielle Lower, microbiologistas do CDC dos Estados Unidos, Ines Staneloni e Rachel Smith, consultoras técnicas do CDC dos Estados Unidos no Escritório Regional da América do Sul na Argentina. Elas foram acompanhadas da consultora técnica da Anvisa, Janaína Sallas, da gerente de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde da Anvisa, Magda Costa, da especialista em Controle de Infecção Hospitalar e Segurança do Paciente da Anvisa, Cinthya Ramires Ferraz, e da gerente de Risco de Serviços de Saúde e da Coordenação do Distrito Federal de Controle de Infecção Relacionado à Assistência à Saúde, Rafaella Bizzo.
Além de Julival Ribeiro, a visita foi acompanhada pelo infectologista do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (Nucih) do HBDF, Tazio Vanni, que explicou o objetivo do projeto. “O que nós queremos fazer é reduzir o número de infecções, resgatar antibióticos que possam ser usados, saber o que pode ser melhorado e proposto a posteriori como intervenção”.
Julival acredita que o projeto ajudará a encontrar formas de diminuir o número de bactérias multirresistentes no âmbito hospitalar. “Precisamos lançar meios para que nós possamos diminuir esse problema da resistência. Nós temos um projeto sobre o uso racional de antimicrobianos, outro projeto junto com o CDC e a Anvisa para diminuir a resistência bacteriana”, explicou Ribeiro. “Estamos muito orgulhosos pelo HBDF dar início a esse projeto liderado pela Anvisa”, destacou o infectologista.
“O CDC teve uma visita produtiva e informativa ao Hospital de Base do Distrito Federal, onde pudemos ver o que os times de Laboratório e de Controle de Infecção do hospital estão fazendo para detectar e responder às infecções resistentes a medicamentos, e proteger a saúde dos pacientes. O CDC espera fazer parceria com o hospital nessa área no próximo ano, como parte da iniciativa do Laboratório de Resistência Antimicrobiana do CDC e Resposta de Rede”, ressaltou a assessora regional de Resistência Antimicrobiana e Prevenção e Controle de Infecções no Escritório Regional América do Sul do CDC, Rachel Smith.
Ao longo da visita, foram abordados temas relativos ao Controle de Bactérias Multirresistentes no ambiente hospitalar, especificamente, na UTI Trauma e na clínica de Hematologia. Além das intervenções relacionadas à limpeza terminal e concorrente, da higienização de mãos, da precaução de contato para bactérias multirresistentes e das intervenções relacionadas à vigilância de bactérias multidroga-resistentes.