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Morte de brasileiro acende alerta sobre a catapora

Por Fábio Bouças

Em dezembro de 2022, a Prefeitura de São Paulo registrou 56 surtos de varicela, doença conhecida como catapora. Foram 213 casos de infecção durante o período analisado, um aumento de 65% em comparação com o ano anterior. A doença costuma se manifestar com maior frequência em crianças no fim do inverno, é o que diz o Sistema de Vigilância Epidemiológica (SVE).

Em 2010, antes da vacina contra catapora ser parte do calendário de imunização do SUS, foram registrados 1.082 surtos, com 12.380 infectados notificados. Durante a pandemia da Covid-19, o movimento antivacina ganhou força. Dados divulgados em julho de 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostraram que, em todo o mundo, foram registradas as maiores quedas nas taxas de imunização dos últimos 30 anos. Estima-se que, na época, 25 milhões de crianças estavam com atraso na carteirinha de vacinação.

No Brasil, em apenas três anos, a taxa de vacinação infantil caiu de 93,1% em 2019 para 71,49% em 2021, segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Isso representa três em cada dez crianças que não receberam a proteção necessária contra doenças potencialmente fatais e que podem ser prevenidas. Apesar de ser mais comum entre jovens e crianças, adultos também podem contrair a doença de forma mais intensa, como foi o caso do brasileiro Raphael Casanova, de 38 anos, que faleceu devido a complicações da catapora.

Raphael Casanova, foi a óbito, vítima de catapora – Foto: Reprodução – Instagram

Casanova tinha 38 anos, era personal trainer, morava no Chile e foi diagnosticado com catapora em dezembro do ano passado. O profissional levava uma vida saudável até contrair a doença na forma mais grave. Um exame feito recentemente constatou que o vírus continuou agindo dentro do corpo de Raphael e afetou alguns órgãos, como rim, além de duas lesões no cérebro.

Hoje, cerca de 90% das pessoas têm catapora ainda na infância, entre 2 e 8 anos. Em adultos, a doença costuma apresentar sintomas mais intensos, principalmente se não houve vacinação nos primeiros anos de vida, podendo a pessoa apresentar uma maior quantidade de bolhas no corpo, em comparação às crianças, além de febre alta, dor de ouvido e dor de garganta, em alguns casos.

Para o Alex Araújo, CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional – líder no segmento de saúde e segurança do trabalho – a vacinação é uma aliada da saúde infantil e seu principal desfecho é evitar a mortalidade e assegurar a qualidade de vida. “A vacinação é essencial para manter a criança saudável, pois ajuda a prevenir muitas doenças que podem prejudicar o desenvolvimento da criança, protegendo contra vírus e bactérias”, diz.

O Brasil está entre os 10 países com maior número de jovens com atraso na vacinação. Vale lembrar que a aplicação da vacina contra varicela acontece em duas doses a partir dos 12 meses de idade, podendo ser aplicada também em bebês de 9 meses sob orientação médica porém a dose deve ser reaplicada quando a criança atingir os 12 meses.

A catapora é uma doença difícil de rastrear. Apenas os surtos são notificados ao Ministério Da Saúde, ou seja, casos tratados em casa não entram na conta. Segundo a estimativa da organização, em média ocorrem 3 milhões de infectados pela doença durante um ano. As complicações mais sérias ocorrem quando o vírus migra para órgãos estratégicos como os pulmões e o cérebro. A pneumonia, por exemplo, ocorre em decorrência de que ou a catapora venceu a resistência e invadiu o pulmão ou, como o corpo está mais suscetível, bactérias conseguem desencadear a infecção.

“A catapora pode ser facilmente transmitida, seja por meio de tosse, espirro e até mesmo objetos contaminados, ou seja, contágio direto e indireto”, explica Yuri Leite, fundador da Securecard, cartão de multi benefícios.

“É importante ressaltar que no caso do indivíduo apresentar algum sintoma que possa indicar a presença da varicela como: febre alta, presença de manchas vermelhas pelo corpo, cansaço e falta de apetite, o paciente deve ir imediatamente a um médico. Mesmo antes de surgirem sintomas, entre 14 e 21 dias após o contágio, a pessoa já começa a transmitir o vírus. É necessário ficar atento!”, complementa o especialista.

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