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Dia D quer mobilizar população para evitar emergências hospitalares

A vacinação ampla de pessoas de todas as faixas etárias é a estratégia mais eficaz para evitar ondas de doenças respiratórias capazes de levar crianças às emergências hospitalares, afastar adultos do trabalho e até causar óbitos entre idosos e pessoas de saúde mais frágil. É o que apontam os especialistas responsáveis pelas áreas de infectologia e pediatria da Secretaria de Saúde (SES). Todos são unânimes: a população precisa aderir ao Dia D de vacinação, marcado para este sábado (27), com mais de 70 locais de atendimento em todo o Distrito Federal. Haverá oferta de imunizantes contra covid-19, gripe e outras doenças.

“A vacina é um ato de amor e de cuidado. Vacine o seu filho”Julliana Tenorio, referência técnica distrital em pediatria

De acordo com o infectologista David Urbaez, referência técnica distrital na área, é preciso reforçar a importância da imunização em adolescentes e adultos, públicos que muitas vezes deixam de lado o hábito de se proteger contra as doenças.

“Quando a vacinação foi incorporada à nossa cultura, o foco eram as crianças. Então, é comum relacionar a vacina com a população pediátrica. Mas, ao longo dos anos, o conceito evoluiu e passou a incluir todos os grupos de idade”, explica o médico. Segundo ele, priorizar as crianças e os idosos, de fato, evita os casos mais graves e eventuais óbitos. Porém, sem a adesão de todas as faixas etárias, não é criada uma efetiva barreira contra os vírus.

A apresentação das carteiras de vacinação é importante para que os profissionais de saúde avaliem e indiquem a necessidade, conforme a faixa etária | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

População precisa aderir

Os números da vacinação no DF mostram a importância de ampliar a adesão. No caso da covid-19, cerca de 84% das pessoas acima dos 80 anos tomaram pelo menos uma dose de reforço. Abaixo de 39 anos, o índice cai para 51,6%. Especificamente entre os adolescentes de 12 a 17 anos, somente 32,1% voltaram para reforçar a proteção. Hoje, todas as pessoas com mais de 12 anos podem receber pelo menos uma dose de reforço. Já a Pfizer Bivalente é indicada para quem tem 18 anos ou mais.

Entre as crianças, os índices de vacinação também estão abaixo do esperado. Aproximadamente 29% da população do Distrito Federal com idades entre 5 a 11 anos não receberam sequer a primeira dose da vacina contra a covid-19. No caso da gripe, a campanha de 2023 atende crianças de seis meses a cinco anos, desde 31 de março, e até o momento cerca de 27,4% receberam a proteção. O público-alvo já foi ampliado para todas as pessoas com mais de seis meses, incluindo crianças das demais faixas etárias. Os pontos de atendimento no Dia D de vacinação contarão com esse imunizante.

De acordo com especialistas, priorizar as crianças e os idosos evita os casos mais graves e eventuais óbitos. Porém, sem a adesão de todas as faixas etárias, não é criada uma efetiva barreira contra os vírus | Foto: Humberto Leite/Agência Saúde-DF

A referência técnica distrital em pediatria, Julliana Tenorio, é enfática sobre a relevância de levar as crianças a um dos locais de imunização. “A vacina é um ato de amor e de cuidado. Vacine o seu filho”, afirma.

A médica acrescenta que a proteção é a melhor forma de evitar casos graves e óbitos, além de ser importante para a proteção coletiva. Ela lembra que nos primeiros meses de 2023, o DF enfrentou aumento no número de casos de doenças respiratórias entre crianças e que iniciativas como o Dia D de vacinação existem para evitar ondas semelhantes no futuro.

A vacina contra a gripe aplicada neste ano é do tipo trivalente, pois protege contra três vírus diferentes: A/Sydney/5/2021 (H1N1) pdm09, A/Darwin/9/2021 (H3N2) e B/Austria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria, tendo sido desenvolvida a partir das cepas em circulação no Brasil).

Após a imunização, em duas a três semanas passam a ser detectados anticorpos contra a doença. A duração varia de seis a 12 meses, dependendo do indivíduo, fato que justifica a vacinação ocorrer anualmente.

Multivacinação

Lotada no Hospital Regional de Sobradinho, a infectologista Clarisse Lisboa conhece bem a diferença que o Dia D de vacinação pode fazer. “O inverno está chegando, as pessoas ficam mais aglomeradas, a gente precisa se proteger”, lembra a servidora da SES. Ela destaca que é possível receber a vacina contra a gripe e a covid-19 no mesmo dia, sem que isso represente risco ou leve a efeitos adversos graves. “Pode acontecer de ter dor no braço. Algumas pessoas mais sensíveis podem ter fadiga e mal-estar”, acrescenta.

Além desses imunizantes, em vários locais de vacinação neste sábado (27), também estarão disponíveis outras doses necessárias para proteger contra diversas doenças, como febre amarela, tétano e hepatite etc. Profissionais de saúde estarão prontos para avaliar as carteiras de vacinação e indicar a necessidade, conforme a faixa etária. Também é preciso levar um documento de identificação.

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