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Banco de Sangue: 67,68% do estoque do HRSM foram utilizados em transfusões nas UTIs

Por Alexandra Lucas

A campanha Junho Vermelho tem o objetivo de fortalecer a doação de sangue. Comemora-se na próxima quarta-feira 14, o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data visa conscientizar sobre a necessidade de disponibilizar sangue para quem precisa, incentivar à doação e as entidades governamentais e parceiros no fortalecimento de programas nacionais de sangue, entre outros. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, 14 em cada mil habitantes doam sangue de forma regular nos hemocentros do Sistema Único de Saúde (SUS).

Gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal — IgesDF, o Hospital Regional de Santa Maria — HRSM conta com o Núcleo de Hemoterapia (Banco de Sangue) que realiza atendimentos de urgência e emergência de forma ininterrupta, 24h, com assistência hemoterápica a pacientes internados, atendendo as demandas médicas e as orientações ao uso racional do sangue. “Temos uma área física e quadro de pessoal especializado. Realizamos exames de pesquisa de grupo sanguíneo ABO, fator RH, teste de coombs direto, indireto, pesquisa de anticorpos irregulares e provas de compatibilidade”, explicou a biomédica, especialista em Hematologia e chefe do Núcleo de Hemoterapia do HRSM, Gisele Lorranna Silva Santos.

O Banco de Sangue do HRSM atende os Centros Cirúrgicos, o Pronto Socorro, as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) (Neonatal, Pediátrica e Adulto) e a Internação, sendo que a demanda é maior nas UTIs. Em maio deste ano, 67,68% das transfusões foram realizadas nestas unidades, 20,15% nas internações e 12,17% nos centros cirúrgicos do hospital. De janeiro a maio de 2023, o Banco de Sangue do HRSM totalizou 14.521 procedimentos, incluindo hemotransfusões, testes imuno-hematológicos e interconsultas em hematologia.

Ao todo, o Núcleo conta com uma equipe multiprofissional composta por 41 colaboradores, como técnicos de hematologia e hemoterapia, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos hematologistas.

Para Santos, quando se trata do rotina de trabalho, as interconsultas médicas especializadas de hematologia auxiliam no diagnóstico precoce de doenças hematológicas malignas e benignas. “No encaminhamento ao tratamento adequados dos pacientes, aos respectivos hospitais de referência, que é decisivo para o melhor prognóstico destes”, complementou Santos.

Junho vermelho também reforça a necessidade de doação contínua de sangue pelos voluntários. No geral, os serviços de saúde de alta complexidade podem refletir no maior consumo de hemocomponentes. Segundo a biomédica, não se percebe um aumento proporcional da quantidade de doadores de sangue. “O que pode comprometer a capacidade dos serviços de hemoterapia em atender pacientes graves”, destacou.

Em alguns casos, a alta demanda da UTI Neonatal do HRSM pode estar relacionada à necessidade de hemotransfusão no tratamento de condições potencialmente graves na prematuridade. Além disso, durante o parto, caso ocorra o desprendimento da placenta ou rompimento do cordão umbilical, a criança pode perder muito sangue, causando hipotensão arterial e insuficiência respiratória.

Outra situação que pode causar a perda de sangue e, consequentemente, anemia no prematuro, é a repetição de exames laboratoriais que diminuem volume total de sangue circulante desses bebês. “E este sangue não será reposto rapidamente pela medula óssea imatura do neonatal. Nestes contextos, o volume infundido é muito pequeno, mas indispensável a manutenção da vida”, explicou a biomédica.

Os impactos do serviço do Núcleo de Hemoterapia do HRSM têm sido significativos na melhora do estado de saúde dos pacientes da UTI Neonatal. Miriam Marcelo Coutinho, de 40 anos, técnica de enfermagem, mãe de Ravi, de 29 dias, só tem a agradecer à equipe médica da UTI Neonatal e do Banco de Sangue pelo serviço prestado. “A princípio, foi um choque saber que o meu filho recém-nascido necessitava de uma bolsa de sangue. Assim que foi solicitado pelo Banco de Sangue, ele foi prontamente atendido”, explicou. “Hoje, eu vejo a diferença que fez porque ele estava no quadro anêmico e teve resultado imediato”, finalizou.

Seja um doador

A doação de sangue é realizada na Fundação Hemocentro de Brasília. Para doar é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar mais de 51 quilos e ter IMC maior ou igual a 18,5, apresentar documento de identificação oficial com foto, dormir pelo menos seis horas, com qualidade, na noite anterior à doação, não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação e não fumar duas horas antes da doação. Para ter acesso às informações completas para realizar a doação, acesse: https://www.fhb.df.gov.br/doacao-de-sangue/

 

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