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Quinta-feira, Novembro 21, 2024
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Mutirão de atendimento oftalmológico já beneficiou mais de oito mil alunos

Por Thaís Miranda

Mais de 600 alunos da rede pública de ensino diagnosticados com algum problema de visão foram convocados para o mutirão gratuito de atendimento oftalmológico neste sábado (15), no auditório da Coordenação Regional de Ensino do Recanto das Emas. Depois de beneficiar mais de oito mil crianças, esta é a reta final da segunda edição do projeto Em um Piscar de Olhos — que faz exames oftalmológicos de graça e identifica problemas de visão em estudantes do Distrito Federal (DF).

Nesta edição, o projeto contemplou 47 escolas públicas de três regiões administrativas – Paranoá, Recanto das Emas e Planaltina – e doou aproximadamente 800 óculos de grau às crianças diagnosticadas com algum problema de vista. Nas escolas visitadas, foram triados 8.105 alunos. Deste número, em torno de 20% apresentaram problemas de refração, um total de 1.562 crianças com problemas oftalmológicos.

“O suporte do Governo do Distrito Federal é muito importante. A Secretaria de Educação define as escolas onde iremos atuar. Nós fazemos a triagem dentro dessas escolas, com aparelho moderno que não precisa nem dilatar a pupila. As crianças com algum problema são convocadas para o mutirão e aqui são consultadas por médicos especialistas. Depois, escolhem os óculos de sua preferência. Tudo de graça”, explicou o idealizador do Em um Piscar de Olhos, Leonardo Figueiredo.

“Fizemos a seleção com os estudantes da educação infantil porque a gente entende que é uma fase preparatória para a alfabetização. Se a criança tem algum problema de visão, isso afeta diretamente no seu aprendizado. Ter esses exames e os óculos de grau, gratuitos, é fantástico”Mariana Ayres, coordenadora da Regional de Ensino do Recanto das Emas

Os alunos da educação infantil, entre o 1º e o 4º ano, foram os contemplados pelo projeto. Isso porque, de acordo com a coordenadora da Regional de Ensino de Recanto das Emas, Mariana Ayres, o diagnóstico precoce é fundamental na introdução à alfabetização.

“Fizemos a seleção com os estudantes da educação infantil porque a gente entende que é uma fase preparatória para a alfabetização. Se a criança tem algum problema de visão, isso afeta diretamente no seu aprendizado. Ter esses exames e os óculos de grau, gratuitos, é fantástico”, explicou a coordenadora.

Histórico

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum problema na visão. Com o objetivo de contribuir para a aprendizagem dessas crianças, o projeto Em um Piscar de Olhos foi criado, em 2020, pelo Instituto Desponta Brasil e conta com apoio da Secretaria de Educação.

“É muito bom estar aqui com ele, receber esse benefício e poder colaborar com o futuro dele”, afirmou o pai Wellington de Oliveira Silva, pai de Calebe Cerqueira, 7 anos

Em três anos, o projeto cresceu e hoje está no DF e em cinco estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Santa Catarina. São mais de 30 mil crianças atendidas e a meta é chegar a 100 mil ainda neste ano.

Os recursos são de emenda parlamentar do ex-deputado José Gomes, que selecionou as regionais de ensino atendidas pelo projeto. Depois disso, a Secretaria de Educação e a coordenação regional definiram que escolas receberiam a ação.

“Nós estamos com algumas emendas parlamentares em andamento e a gente espera que, sendo liberadas, a gente dê continuidade ao andamento do projeto. Se tudo der certo, a previsão é beneficiar outras 30 mil crianças ainda neste ano”, revelou Leonardo.

Natália Nunes foi informada pela escola que a filha Isabela, de 5 anos, tinha problema de visão

Recanto das Emas

Entre 24 de abril e 27 de junho, foram atendidas 18 escolas do Recanto das Emas, com 3.082 crianças triadas e 609 delas com problema de refração (19,75%). Chamou a atenção o alto índice do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 801: 26,78% das 168 crianças triadas, ou seja, 45 foram identificadas com problemas oftalmológicos.

A autônoma Natália Nunes, 25 anos, é mãe da pequena Isabela Nunes, 5 anos. Ela conta que soube do problema de visão da filha por meio de um bilhete que a escola enviou na agenda. “Ficamos sabendo pela escola, eles mandaram um bilhete falando que ela precisaria usar óculos e que teria essa ação aqui hoje. Nós viemos e foi ótimo. Infelizmente vai precisar usar os óculos, porque está com dois graus de miopia”, disse.

Já o Calebe Cerqueira, 7 anos, aproveitou a oportunidade para trocar a armação dos óculos que usa desde os dois anos de idade. “Fomos comunicados que ele teria de trocar os óculos. Fizemos os exames, o grau dele diminuiu. É muito bom estar aqui com ele, receber esse benefício e poder colaborar com o futuro dele”, afirmou o pai Wellington de Oliveira Silva, autônomo de 51 anos.

 

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