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Clima de Terror: UPA Recanto das Emas é alvo de vandalismo e agressões por falta de médicos

Pacientes no local apontam que atos de vandalismo e agressões ocorreram por longa espera para atendimento em decorrência da falta de médicos na UPA

Por Kleber Karpov

Vídeos publicados nas redes sociais na noite desta segunda-feira (22/Abr), apontam um verdadeiro clima de terror, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Recanto das Emas. Pacientes que estavam no local registraram as imagens que a circular nas redes sociais. A causa da violência é decorrente da demora no atendimento, por falta de médico.

Nas imagens que circulam na rede social é possível perceber pessoas a correr, em desespero, outra a gritar haver alguém com “criança no colo”, com servidor a ser agredido ao fundo, além de muito barulho e imagens de quebradeira de bens patrimoniais.

Falta de médicos

Chama atenção a fala ouvida de um dos pacientes a aguardar atendimento por comentar que não era correto o ato de vandalismo, porém, sem tirar a razão pois havia paciente a aguardar atendimento desde o meio-dia. “Demorou, a população irritada, quebrou tudo por falta de atendimento. Não está certo, em fazer isso né? Mas, desde o meio-dia, sem atendimento”, justificou.

Inadmissível

Por meio das redes sociais, a diretora do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF, (Sindate-DF), Josy Jacob, publicou uma das imagens. A sindicalista questionou a falta de segurança aos profissionais de saúde, em decorrência da falta de médicos, por parte do governo, além de observar que a população acaba por ser vítima nesse processo.

“É inadmissível o que está acontecendo com a Saúde Pública do DF. Os pacientes estão sem atendimento e partem para a agressão! O GDF não resolve o problema e vira uma guerra dentro de um lugar que era para acolher as pessoas doentes. Como os profissionais vão conseguir trabalhar nessas condições? E a população que está sofrendo com as doenças sazonais e com o surto de dengue? Tem até uma criança de colo no meio da confusão!. Enquanto isso o GDF investe cada dia mais em obras e shows. Aonde vamos parar? A Saúde Pública do DF está abandonada!”, questionou.

Além de imagens publicadas por Josy Jacob, outras também foram publicadas na rede social X (Antigo Twitter), pelo perfil Ceilândia Muita Treta, demonstram o desespero de pacientes e profissionais de saúde da UPA Recanto das Emas, unidade de saúde sob gestão do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF).

Gestão

O IGESDF é responsável pela gestão do Hospital de Base do DF (HBDF), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), HSOL, Hospital Cidade do Sol, além das 13 UPAS do DF. A gestão do HSOL, segundo decreto assinado pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), durante o período decretado de epidemia de dengue no DF.

A unidade, pode receber ainda, a gestão do  Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF), projeto esse, encaminhado pelo Executivo para apreciação e aprovação por parte da Câmara Legislativa do DF (CLDF), muito embora com crítica por parte dos parlamentares, também na mira do Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF) que acionou o Tribunal de Contas do DF para que se manifeste sobre eventual transferência de gestão do ICTDF para o IGESDF.

Mais informações

PDNews acionou o IGESDF e ainda a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) sobre os atos de vandalismos que ocorreram na unidade e sobre medidas a serem tomada quanto a falta de médicos nas UPAS do DF. Por meio da Assessoria de Comunicação o Instituto informou encaminhou nota em que apresentou ponderações sobre o ocorrido.

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) está ciente e lamenta profundamente o episódio de violência que aconteceu na UPA de Recanto das Emas na noite desta segunda-feira (22). 
Informamos que, durante o período, a unidade em questão encontrava-se funcionando com 3 pediatras e 5 médicos clínicos. Devido ao fechamento da tenda de dengue no Recanto das Emas, a UPA absorveu toda a demanda e, apesar de estar operando muito acima de sua capacidade, não foi negado atendimento a ninguém. 
O IgesDF repudia episódios como esse em que trabalhadores são impedidos de cumprirem sua missão, que é de salvar vidas, por serem agredidos covardemente por pessoas que também aguardam seus préstimos à saúde. Esse tipo de reação não resolve o atendimento e cria um ambiente hostil tanto para os colaboradores comprometidos em ajudar o próximo quanto para os pacientes que aguardam seus atendimentos de forma respeitosa. Com a confusão, a polícia foi acionada e o atendimento na unidade foi interrompido. Os prejuízos ainda estão sendo calculados. 
Após o ocorrido, a UPA de Recanto das Emas já opera, agora pela manhã, com a clínica médica. No momento, a pediatria encontra-se com restrição de atendimento para casos gravíssimos. Pacientes que sejam classificados como laranja devem voltar a ser atendidos na parte da tarde.
Estamos acompanhando e investigando atentamente o ocorrido, comprometendo-nos a colaborar integralmente com as autoridades competentes. Temos monitorado cuidadosamente os casos de agressões enfrentados pelos nossos profissionais de saúde. Todas as nossas unidades trabalham com equipe de segurança para garantir a proteção tanto das instalações quanto dos funcionários. Essa medida visa coibir e reduzir tais ocorrências, contribuindo para uma assistência mais eficiente

 

 

 

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