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Quarta-feira, Setembro 24, 2025
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Ministério da Saúde aposta na Enfermagem para ampliar acesso ao Implanon

Reunião no Cofen busca construir estratégicas de capacitação para universalizar acesso 

A nova coordenadora de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Mariana Seabra, abriu sua agenda oficial em Brasília com uma visita ao Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).  Acompanhada por Ana Claudia Chaves, coordenadora de Saúde da Família, e assessores técnicos, ela se reuniu com o conselheiro federal Renné Costa, coordenador da Câmara Técnica de Enfermagem e Saúde da Mulher do Cofen para discutir a formação de enfermeiros multiplicadores para ampliar o acesso ao do Implanon na Atenção Primária à Saúde (APS), como já acontece com o Dispositivo Intrauterino (DIU).

A previsão é de que 500 mil unidades do do implante subdérmico de etonogestrel, o Implanon, cheguem aos municípios  ainda em 2025, chegando a 1,8 milhão até o final de 2026. “Os municípios com mais de 50 mil habitantes receberão simuladores para treinamento das inserções. Estamos discutindo o formato da capacitação e gostaríamos de contar com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) nesta formulação”, afirmou Mariana Seabra.

A maior parte das gestações no Brasil são não planejadas (55%). Em 2024, foram 66.733 mil mortes relacionadas a gestação, segundo dados do Ministério da Saúde. Ana Paula Chaves destacou a eficácia dos métodos contraceptivos de longa duração (LARC, na sigla em inglês), uma das estratégias mais eficazes para a redução da mortalidade materna e da gravidez indesejada. “Queremos universalizar a oferta e a Enfermagem é fundamental para trazer essa capilaridade”, reforçou Ana Paula.

O conselheiro federal Renné Costa, coordenador da Câmara Técnica de Enfermagem e Saúde da Mulher, destacou a experiência do Cofen na capacitação de profissionais para inserção do DIU, em parceria com do Conselhos Regionais de Enfermagem e sugeriu que a iniciativa contemplasse os dois métodos. “A base de qualquer método é a escuta atenta de Enfermagem. É no diálogo com as mulheres que se identificam necessidades, se esclarecem dúvidas e se garante a autonomia sobre a decisão contraceptiva”, afirmou.

Enfermagem na linha de frente

A nomeação de Mariana Seabra, enfermeira de formação, é celebrada para o Cofen. A Enfermagem já é responsável por grande parte das consultas de planejamento reprodutivo realizadas na APS. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres já prevê a possiblidade de prescrição de contraceptivos por enfermeiros. Dados do Ministério da Saúde, enfermeiros foram responsáveis pela expansão do acesso ao dispositivo intrauterino (DIU), tendo realizado 61% das inserções na Região Norte, 43,6% das inserções na Região Nordeste e mais de um terço das inserções na Região Centro-Oeste em 2022.

A inserção do implanon pode ser realizada por enfermeiros, conforme o Parecer 277/217 e a resolução Cofen 690/2022. Inserido logo abaixo da pele do braço, o Implanon é um pequeno bastão de plástico, com 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, que contém 68 mg de etonogestrel e vai sendo liberado em pequena quantidade continuamente na corrente sanguínea. 

Impacto na Saúde Coletiva

Métodos contraceptivos que dependem de conduta ativa dos usuários têm altas taxas de insucesso a longo prazo. Em 10 anos, com o uso típico de camisinha, 9 em cada 10 mulheres engravidam. Seis em cada 10 mulheres que usam contraceptivo oral engravidam ao longo de 10 anos. Com o implante hormonal, a taxa de gravidez ao longo de uma década é de 1 em 100. O levantamento considerou o uso típico, incluindo falha humana.

O Implanon já era disponibilizado para públicos específicos no SUS, incluindo mulheres com HIV/AIDS em uso de dolutegravir; mulheres em uso de talidomida; privadas de liberdade; trabalhadoras do sexo; e em tratamento de tuberculose em uso de aminoglicosídeos. 

 

Fonte: Ascom/Cofen – Clara Fagundes

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