Após receber denúncia de que médicos anestesistas não estão cumprindo a escala no Hospital Regional do Gama (HRG), a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde realizou vistoria no local nesta terça-feira, 4 de abril. Feita a checagem dos escalados e dos profissionais efetivamente presentes, verificou-se que dos cinco médicos previstos, apenas dois estavam no HRG durante a visita do Ministério Público.
De acordo com a apuração feita no local, um médico escalado faltou ao trabalho sem justificativa e outro alegou uma troca de plantão com outro anestesista, cujo nome já constava da escala, deixando o HRG com déficit de dois profissionais. Um terceiro não estava no local quando a equipe da Prosus chegou, mas ao final da vistoria se apresentou. A promotoria também analisa o relatório de produtividade da presente data e o registro do ponto eletrônico. Diante dos indícios de irregularidades, os anestesiologistas que não cumpriam a escala já foram notificados e deverão prestar esclarecimentos na próxima semana.
A falta de anestesistas impede a realização de procedimentos cirúrgicos de urgência e atrasa a fila de cirurgias eletivas. O Ministério Público questionou sobre o impacto das faltas dos profissionais e foi informado de que nenhum procedimento deixou de ser realizado na data da inspeção.
O promotor de Justiça de Defesa da Saúde Clayton Germano alerta que o Ministério Público está atento aos diversos motivos que ocasionam a falta de profissionais para atender a população nas Unidades de Saúde do DF. “Existe uma falta de profissionais, que só se resolve com mais contratações, mas também existe a ausência do médico que está escalado e não comparece ao posto de trabalho, deixando a população em uma longa fila de espera e sem a certeza de que será atendida”, salienta. “Estamos recebendo denúncias e apurando com muita seriedade a conduta desses profissionais que estão na escala e não comparecem regularmente para trabalhar”.
Denúncia
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) tem feito trabalho sistemático de fiscalização dos hospitais para apurar as condições de atendimento à população, o que inclui o cumprimento das escalas de trabalho. O cidadão pode denunciar a falta de profissionais nas unidades de saúde por meio da Ouvidoria. A manifestação será analisada e encaminhada à Prosus.