A Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida) segue com as inspeções para apurar denúncias de violência obstetrícia na rede pública. Na terça-feira, 5 de setembro, foi realizada a quarta vistoria para acompanhar a área obstétrica do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
De acordo com a equipe técnica da Pró-vida, a avaliação foi positiva. Houve avanços desde a última visita, realizada há um ano, especialmente na parte estrutural, de equipamentos e de recursos humanos. Entretanto, a prestação de serviços é impactada negativamente pela grande demanda de gestantes vindas do Entorno do Distrito Federal. Com base nos registros do hospital, quase metade da demanda por atendimento no local é de pacientes de fora do Distrito Federal, em especial das cidades de Valparaíso, Luziânia, Cidade Ocidental e Novo Gama. “No mês de agosto, das 3.063 pacientes que procuram os serviços de obstetrícia, 1.977 vieram do Distrito Federal e 1.086 de municípios vizinhos”, relata o médico da Pró-vida, Márcio Souza.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) vai propor reuniões, em conjunto com o Ministério Público de Goiás e com as secretarias de saúde dos municípios limítrofes, para discutir a possibilidade da criação de casas de parto nessas localidades que supram a demanda e atendam parturientes de baixo risco. Para Márcio Souza, o HRSM tem uma unidade obstétrica referência para atendimentos de alto risco. Por isso, explica que a ideia é que as gestantes de baixo risco fiquem nesses municípios, e só as de alto risco venham para o Distrito Federal.