Por Catarina Lima
A rotina intensa e árdua enfrentada por pacientes e profissionais no 10º andar do Hospital de Base de Brasília, espaço dedicado ao tratamento de câncer, agora se mostra menos dura. A responsável pela mudança foi uma reforma que durou oito meses. A unidade recebeu pintura nas paredes, reforma nos banheiros, troca de pisos, balcões, portas, janelas, armários e refrigeradores, além de melhorias na estrutura usada pelos colaboradores, como copas e dormitórios. Também foram instalados televisores nos quartos dos pacientes. A entrega da obra foi feita em 31 de outubro, depois de oito meses de trabalhos.
O investimento na reforma foi de R$ 600 mil, recursos de emenda parlamentar do deputado distrital Roosevelt Vilela, destinada à Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília, uma das ONGs que realiza trabalho voluntário no Hospital de Base. “Começamos a idealizar esse projeto no fim de 2018. Apesar de a enfermaria de oncologia estar funcionando de forma correta, ela estava precisando de alguns reparos. Algumas coisas poderiam ser melhoradas para ajudar no bem-estar do paciente, como piso, pintura, armários”, explicou o idealizador da reforma e chefe da Unidade de Oncologia Clínica do Hospital de Base, Daniel da Motta Girardi. A unidade conta com 51 leitos.
Conforto, diversão e acolhimento
“Os quartos dos pacientes não tinham nenhum televisor, então eles ficavam semanas ou meses internados sem ter com que se distrair. Hoje, são mais de 90 aparelhos de TV. Os acompanhantes ficavam desconfortáveis, muitas vezes sem uma poltrona para descansar e dormir. Sentimos a necessidade de tornar o ambiente mais acolhedor”, destacou Daniel da Motta. Também foi criada uma pequena sala, destinada a reuniões com familiares. Desde o final da obra, é ali que médicos e familiares se reúnem para falar sobre os tratamentos. Também é na pequena sala que as notícias mais difíceis, como falecimentos, são dadas.
“O projeto foi feito pela Rede Feminina, que atua de forma voluntária aqui no hospital, e também contamos com um escritório de arquitetura, que fez o projeto de forma voluntária. O deputado Roosevelt Vilela veio, conheceu o projeto, se interessou, disponibilizou os recursos para a Rede Feminina e esta executou a obra”Daniel da Motta, chefe da Unidade de Oncologia Clínica do Hospital de Base
“A enfermaria de oncologia geralmente recebe pacientes muito graves, alguns em fase final de vida. Isso deixa pacientes e familiares muito sensibilizados. Não tínhamos um lugar adequado, reservado para atender a família. Conseguimos criar essa sala. Más notícias, conversas mais duras sobre piora ou final de vida, agora conseguimos dar atenção [a tudo isso], sentar com os familiares e conversar. Essas notícias não serão mais dadas no corredor”, explicou o médico.
O retorno positivo por parte dos usuários, esperado pelo diretor da unidade, já existe. Tatiane de Paula, 23 anos, pela segunda vez acompanha a mãe, que trata um câncer no Hospital de Base. “O andar melhorou bastante. Era ruim, hoje tem a televisão, que ajuda a distrair, as camas estão melhores, o ambiente está melhor”, avaliou.
A preocupação com o bem-estar dos colaboradores, como orientam os manuais modernos de boa gestão, também esteve no radar de Daniel da Mota. Os profissionais ganharam copas reformadas, com armários e dormitórios novos, além de bancada para computador nas salas usadas pelos médicos para fazer relatórios e prescrições. Somente na oncologia, são seis médicos pela manhã, sendo dois clínicos; à tarde, mais um médico da oncologia e um plantonista da clínica médica, além de profissionais de enfermagem, técnicos, farmacêuticos, nutricionistas e fisioterapeutas.
“O projeto foi feito pela Rede Feminina, que atua de forma voluntária aqui no hospital, e também contamos com um escritório de arquitetura, que fez o projeto de forma voluntária. O deputado Roosevelt Vilela veio, conheceu o projeto, se interessou, disponibilizou os recursos para a Rede Feminina e esta executou a obra”, explicou o gestor. Toda a reforma foi feita sem que a unidade de oncologia fosse desativada.
“Essa reforma proporciona um impacto significativo para pacientes e familiares. Um ambiente de paredes descascadas, piso danificado, banheiro mofado, é muito ruim. Quando está tudo limpo, pintado, armários restaurados, televisores para se distrair, são coisas simples, mas que têm impacto significativo, proporcionando um tratamento mais humanizado”, concluiu Daniel da Motta.
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