Agilidade, paciência e empatia são pré-requisitos necessários para integrar uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A unidade responsável pelas cidades do Recanto das Emas e de Samambaia, denominada Núcleo Sudoeste II, é composta por cinco viaturas. No Recanto das Emas, cada uma das três viaturas faz até oito atendimentos por dia, o que significa uma média de 720 ao mês. Muitos desses socorros são determinantes na vida dos pacientes.
O Samu conta com equipes que reúnem médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e condutores socorristas. Das três viaturas do Recanto das Emas, uma é avançada e as outras duas são básicas. Já Samambaia dispõe de duas ambulâncias básicas.
A enfermeira Cleide Regina Pacheco, servidora da Secretaria de Saúde há 20 anos, 12 desses no Samu, define seu dia a dia como intenso, mas também gratificante. Sua rotina de trabalho começa às 7 h, quando ela chega ao posto e confere rapidamente os materiais, enquanto espera a primeira chamada. Em oito horas de trabalho, Cleide e os colegas de equipe, Kátia Maria, também enfermeira, e Rodrigo, socorrista, atendem diversos tipos de chamados, desde problemas cardíacos, vítimas de acidentes e de violência, até casos simples.
No início da tarde da última sexta (22), a equipe da qual Cleide faz parte foi acionada para atender um chamado. Em menos de dez minutos, o grupo chegou ao local. Tratava-se um homem de cerca de 50 anos caído na rua. Além de aparentar ter bebido muito, ele era especial e tinha dificuldades para responder perguntas básicas, como seu nome e endereço. “O atendimento dessa pessoa é muito mais social que emergência médica. São comuns casos assim”, disse Cleide.
“Agora vamos acionar a regulação, ver se é preciso levar para uma UPA. Mas, como ele não apresenta nenhuma alteração nos sinais vitais, acho que não será necessário encaminhar para a unidade”, disse a enfermeira Kátia, enquanto ligava para o sistema de regulação. Alguns minutos depois, foi confirmado que não era preciso encaminhar o paciente para a UPA. A cada pessoa atendida, o sistema de regulação é acionado para orientar sobre o que fazer e para onde levar.
Covid
Cleide trabalhou durante o pico da pandemia de covid. Ela disse que muitas vezes precisou dobrar o seu plantão de oito horas. “Várias vezes tive que comer na viatura. Eram pacientes muitos graves e poucos leitos”, lembra. Cleide e Kátia contam que não contraíram a doença na fase aguda da pandemia. As duas tiveram covid somente no início deste ano, depois de vacinadas.