Dados da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil mostraram que 53% dos profissionais da categoria se declararam pretos ou pardos. Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) lembra que a luta na profissão não se trata apenas da inclusão desses profissionais, mas sobre o enfrentamento do racismo e de suas consequências.
A contribuição dos negros na busca por direitos ao longo dos anos fez com que sua presença deixasse de ser exceção, e passasse a integrar a identidade da Enfermagem. Mas a raça continua sendo um forte determinante social da saúde no Brasil, e as equipes de Enfermagem estão duplamente expostas ao racismo, na vida profissional e pessoal.
Em 2021, a sondagem Racismo e Discriminação na Enfermagem, realizada pela Articulação Nacional da Enfermagem Negra (ANEN) em parceria com o Coren-SP, ouviu 1.086 profissionais. Os resultados da pesquisa mostram que 55,9% das situações de racismo relatadas partiram de pacientes/usuários, 46,6% de colegas de equipe e 43,8% de chefias. A pesquisa permitia que cada participante assinalasse mais de uma opção.
“A violência contra os profissionais de Enfermagem é complexa, e o racismo é uma de suas formas mais persistentes”, afirmou o presidente do Cofen, Manoel Neri. “Precisamos reconhecer que ele faz parte da estrutura da sociedade e que não se limita apenas aos ataques sofridos pelos profissionais de saúde, mas também aparece em diversas profissões e situações de contato com a população, e precisa ser combatido com urgência”, destacou.
Denuncie o racismo – Profissionais vítimas de discriminação social e racial podem denunciar os crimes nos respectivos Conselhos Regionais de Enfermagem, sem prejuízo das ações criminais e cíveis cabíveis. Situações como recusa de atendimento e injúrias raciais não são um mero contratempo. São expressões de delitos tipificados no Código Penal.
Fonte: Ascom/Cofen


