O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) projeta 2026 como um ano decisivo para o futuro da Enfermagem no Brasil. A leitura institucional parte de um diagnóstico consistente do cenário profissional, político e social que envolve a categoria, reunindo fatores inéditos de visibilidade, mobilização e disputa por direitos. Para o Cofen, trata-se de um ponto de inflexão histórico para mais de 3,2 milhões de profissionais de Enfermagem em todo o país.
Nesse contexto, a atuação institucional do Cofen em 2026 estará fortemente concentrada na agenda legislativa, com destaque para a Proposta de Emenda à Constituição nº 19. A PEC ocupa posição central na estratégia do Conselho por tratar de dois aspectos estruturantes para a valorização profissional: a vinculação do piso salarial nacional da Enfermagem à jornada de 30 horas semanais como referência de cálculo e a criação de um mecanismo permanente de correção anual do piso com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Para o presidente do Cofen, Manoel Neri, a PEC 19 representa uma resposta concreta às distorções que hoje impactam a remuneração da categoria. Ele avalia que a proposta corrige o modelo atualmente vigente, no qual o piso salarial passou a ser calculado com base em jornadas superiores, o que reduziu o valor efetivamente recebido por grande parte dos profissionais. Ao estabelecer a jornada de 30 horas como referência para o pagamento do piso, a PEC assegura maior justiça remuneratória e preserva o valor real do salário da Enfermagem ao longo do tempo.
A projeção para 2026 também considera o ambiente político como um fator determinante. O próximo ano reúne uma combinação de maior mobilização parlamentar, sensibilidade social ampliada para os temas do trabalho em saúde e uma categoria mais organizada e consciente de seu peso político. Para Manoel Neri, esse cenário cria uma janela concreta para avançar em pautas históricas da Enfermagem, desde que haja articulação institucional, diálogo com o Congresso Nacional e mobilização responsável da categoria.
Além da agenda legislativa, o Cofen avalia que 2026 exigirá enfrentamento direto de desafios estruturais que impactam o cotidiano da Enfermagem. Altos índices de adoecimento ocupacional, episódios recorrentes de violência nos serviços de saúde, desigualdades internas e a sobrecarga imposta pelo envelhecimento acelerado da população compõem um cenário que demanda respostas institucionais consistentes.
Ao mesmo tempo, transformações no modelo de cuidado ampliam a centralidade da Enfermagem. A consolidação da telessaúde e o uso crescente de tecnologias digitais reforçam a necessidade de profissionais qualificados, valorizados e protegidos. Na avaliação do presidente do Cofen, esse movimento confirma que a Enfermagem não é apenas força operacional do sistema de saúde, mas elemento estratégico para sua sustentabilidade.
Ao projetar 2026, o Cofen reafirma seu compromisso com a defesa da Enfermagem brasileira em todas as frentes: regulatória, política e institucional. Segundo Manoel Neri, o próximo ano exigirá foco, unidade e posicionamento público firme para que a categoria avance na consolidação de direitos, no fortalecimento profissional e na afirmação de seu papel essencial para a saúde pública e para a sociedade brasileira.
Fonte: Conselho Federal de Enfermagem


