Hoje, celebramos os 210 anos de imortalidade da primeira enfermeira brasileira, Anna Nery, cujo legado permanece vivo na história do Brasil e no livro dos heróis da Pátria. Sua atuação durante a Guerra do Paraguai a tornou uma figura reverenciada, não apenas pelos profissionais da saúde, mas por todo o povo brasileiro.
Nascida em 13 de dezembro de 1814, em Vila de Cachoeira do Paraguaçu, Bahia, Anna Nery foi pioneira em uma época em que a Enfermagem era incipiente no Brasil. Viúva aos 29 anos e mãe de três filhos, dedicou-se à profissão movida por coragem e compaixão. Durante a Guerra do Paraguai, ofereceu-se como voluntária para cuidar dos soldados feridos, destacando-se por sua ética e competência. Sua atuação no Exército Brasileiro transformou-se em símbolo do cuidado e da dedicação à saúde.
Após sua morte, em 1880, Anna foi oficialmente reconhecida como heroína nacional e inscrita no livro dos heróis da Pátria, em 2009. Sua trajetória inspira gerações de profissionais que encontram em sua história valores fundamentais para a Enfermagem. Em cada avanço da profissão, ressoa o espírito de Anna Nery, um exemplo de compromisso com o bem-estar coletivo.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) presta homenagem à sua memória, reafirmando o compromisso com a valorização da Enfermagem e a promoção de políticas públicas que fortalecem o papel dos profissionais. Anna Nery, além de imortal na história, poderá dar nome à estação de metrô da 108 Sul, em Brasília, localizada em frente à nova sede do Cofen, o Edifício Enfermeira Anna Nery. O terminal será inaugurado em 2025, e o Projeto de Lei 1.394/2024, de autoria da deputada distrital Dayse Amarílio (PSB-DF), propõe a mudança de denominação da estação.
Uma história de coragem e dedicação
Anna Nery dedicou sua vida ao cuidado do próximo. Sensibilizada pela partida de seus filhos para a Guerra do Paraguai, escreveu ao presidente da província oferecendo seus serviços como enfermeira. Seu pedido foi aceito, e, em 1865, partiu de Salvador rumo ao Rio Grande do Sul, onde recebeu treinamento com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo. Incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários, iniciou sua atuação nos hospitais militares, enfrentando condições adversas como falta de higiene, recursos escassos e superlotação.
Em Assunção, capital paraguaia sitiada pelo exército brasileiro, Anna montou uma enfermaria-modelo com recursos próprios, destacando-se pela dedicação inabalável, mesmo diante de perdas pessoais, como a morte de seu filho Justiniano. Ao final da guerra, em 1870, retornou ao Brasil com três órfãos que resgatou para criar. Por seus serviços, recebeu as medalhas de prata Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe, além de uma pensão vitalícia concedida por D. Pedro II.
Anna Nery faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de maio de 1880. Em 1926, a primeira escola oficial de Enfermagem de alto padrão no Brasil foi batizada com seu nome, consolidando seu lugar na história da profissão. Em sua homenagem, o Dia do Enfermeiro é celebrado em 20 de maio.
Seu legado de coragem e altruísmo permanece como inspiração para a Enfermagem brasileira. Anna Nery foi, e sempre será, um exemplo de dedicação, marcando para sempre seu nome entre os heróis e heroínas da Pátria.